Deus me livre de todos os pecados que ainda não cometi, e me dê confiança o suficiente pra ser sempre anônima, cada dia menos me interessa fazer tarde da sua história.
Mais um poema para todos aqueles que me leem.
26/06/2015 sexta-feira
Se eu pudesse beberia como o velho Bukowski,
Mas eu sou de outro século e por aqui não se toleram
Chinaskis.
Toda essa gente não me representa em nada.
Nada mais importa do que a poesia escrita nas portas de
banheiros.
Essa casa tão limpa, tão cheia de salas, nada disso me consola.
Hoje poderia morar numa espelunca do Guadalupe
E minha rima continuaria igual.
Nada do que eles escrevem é real, é tudo lirismo banal.
Eles foram para as universidades e aprenderam a ser babacas
convencionais.
Nós pobres de money e ricos na graça, aprendemos a fazer fumaça.
Tanto faz meu homem dizia, tanto faz. E eu já sabia.
Cada dia que se passava eu entendia que tanto fazia tudo
nessa vida.
Nada é real que não possa virar fantasia.
Hoje nada faz sentido, amanhã a morte traz a indelével epifania.
E no final depois que atravessam a linha, todos ficam com
seus egos suspensos
Sem entender onde foi parar a empregada que os servia.
Tudo, tudo aqui é ilusão, menos a poesia.
Os versos vão permanecer aqui e lá.
A carne vai apodrecer quando você parar de respirar,
A sua imagem vai virar comida para as traças, as reais e as
imaginárias.
Todos vão comprar sua imagem antes de conhecerem sua
história.
É isso que sobra depois que atravessamos as fronteiras.
Nada.
O que você puder aprender aqui faça.
Deixar para aprender depois é a pior de suas trapaças.
Isso não é conselho meu querido charlatão.
É apenas o consolo que não terás quando vieres
choramingar lamúrias na porta da minha casaDe sua Juh...