09.03.2018
Eu vejo a luz do aparelho acesa, e não apago.
Eu moro no interior do interior do interior do Brasil.
E todos os buracos que escavei aqui, revelaram a mesma lama estéril lodosa.
Não vejo o céu daqui,
não vejo nada.
Apenas poeira no horizonte febril e seco.
Não há chuva que dissolva essa poeira acumulada.
Não há sequer escuridão que distraia meus olhos para o brilhos das estrelas.
O céu é fosco e apaga tudo,
Todas as pontas de luzes viram pó no cinzeiro.
Não há chuva que umedeça minha garganta.
A secura dos tempos evapora qualquer gota d'água.
Clima semidesértico não propagandeado.
Enquanto não estampar a notícia no jornal
a realidade continuará subtropical, chuvosa.
A realidade já bem sei, não me cria nada.
Mas o mínimo contato com a arte e
minha mesa de cabeceira se escancara.
As gavetas que se abrem expõem qualquer coisa sem graça
que com as cores certas, viram obras indeclaradas.
Toda morte me mostra a eternidade canonizada.
Não perdemos nada.
E quando chegar a hora
meço as palavras ao morto,
porque alma de artista,
sempre vira alma penada.
Juliana S. Müller.
Eu vejo a luz do aparelho acesa, e não apago.
Eu moro no interior do interior do interior do Brasil.
E todos os buracos que escavei aqui, revelaram a mesma lama estéril lodosa.
Não vejo o céu daqui,
não vejo nada.
Apenas poeira no horizonte febril e seco.
Não há chuva que dissolva essa poeira acumulada.
Não há sequer escuridão que distraia meus olhos para o brilhos das estrelas.
O céu é fosco e apaga tudo,
Todas as pontas de luzes viram pó no cinzeiro.
Não há chuva que umedeça minha garganta.
A secura dos tempos evapora qualquer gota d'água.
Clima semidesértico não propagandeado.
Enquanto não estampar a notícia no jornal
a realidade continuará subtropical, chuvosa.
A realidade já bem sei, não me cria nada.
Mas o mínimo contato com a arte e
minha mesa de cabeceira se escancara.
As gavetas que se abrem expõem qualquer coisa sem graça
que com as cores certas, viram obras indeclaradas.
Toda morte me mostra a eternidade canonizada.
Não perdemos nada.
E quando chegar a hora
meço as palavras ao morto,
porque alma de artista,
sempre vira alma penada.
Juliana S. Müller.