domingo, 24 de junho de 2018

Ventos venosos

09.03.2018


Eu vejo a luz do aparelho acesa, e não apago.
Eu moro no interior do interior do interior do Brasil.
E todos os buracos que escavei aqui, revelaram a mesma lama estéril lodosa.

Não vejo o céu daqui,
não vejo nada.
Apenas poeira no horizonte febril e seco.
Não há chuva que dissolva essa poeira acumulada.
Não há sequer escuridão que distraia meus olhos para o brilhos das estrelas.
O céu é fosco e apaga tudo,
Todas as pontas de luzes viram pó no cinzeiro.

Não há chuva que umedeça minha garganta.
A secura dos tempos evapora qualquer gota d'água.
Clima semidesértico não propagandeado.
Enquanto não estampar a notícia no jornal
a realidade continuará subtropical, chuvosa.

A realidade já bem sei, não me cria nada.
Mas o mínimo contato com a arte e
minha mesa de cabeceira se escancara.
As gavetas que se abrem expõem qualquer coisa sem graça
que com as cores certas, viram obras indeclaradas.

Toda morte me mostra a eternidade canonizada.
Não perdemos nada.
E quando chegar a hora
meço as palavras ao morto,
porque alma de artista,
sempre vira alma penada.

Juliana S. Müller.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

ESCAPE

Bonjour leitores e amigos, tenham uma boa leitura e quem sabe, talvez, uma reflexão efêmera.

Bisous.

ESCAPE. 03.06.2018.

Menos euforia, mais filosofia.
Menos limitado, mais inusitado.
Mais alegria, menos melancolia.
Mais amor, menor ódio.
Menos dor, mais abraços.
Menos ego, que ego não rima.

O ego não rima.
O ego não rima.
O ego não rima.
O ego não rima.

O ego é desculpa não aceita.
O ego é a fenda que só aumenta.
O ego é o reflexo no espelho.
O ego é a crítica
O ego é a casa do medo.
O ego é espírito em desassossego.
O ego é o naufrágio do equilíbrio.
O ego é matéria que se esculpe em pró de si mesmo perante o alheio.
é armadilha que se aprende desde pequeno.
A construção do ego destruiu o ser divino, premiou o ser HUMANO e fez escadas até o precipício.

Todo posicionamento nasce do desejo de expandir o ego.
Todo ego regozija com os aplausos de homens densos.
Homens densos são feitos de superegos que só enxergam os seus umbigos.

Repense seus meios.
Repense seus desejos.
Repense seus atos.
Repense seus alheios.
Repense o mundo.
Repense a existência.
Repense os filósofos.
Repense os credos.

E quando então estiver desperto, venha e me conte sobre o mundo,
Escape dos motores que te ferve.
Oriente-se
desperte-se.
Não disperse.
Não dispense possibilidades de conhecer a realidade,
de colocar os olhos para fora da caixa.
aprenda a amar todas as coisas.
Aceite a sua origem extraterrena.
Aceite a individualidade do espírito.
Desprenda-se de qualquer medo.
Agite-se para poder voar.
Acalme-se para poder em si repousar.
Leia todas as receitas, e faça a síntese que melhor lhe representa.
Não engula nada sem ler a procedência intelectual.
Digira todas as coisas antes de devolvê-las.
A palavra é potência, exerça-a.
A palavra é potência, use-a sem ofensas.
E lembre-se sempre de olhar para o céu.
De olhar para o céu.
olhar para o céu.
para o céu.
o céu.
céu.
eu.
u (you).


Juliana S. Müller.