terça-feira, 2 de julho de 2013

Um poema mais pra sentir... pra refrescar...

mais um elo perdido, entre tantos elos sou quase um mendigo.
Bisous meus queridos leitores. Boa noite

15 de setembro de 2011, quinta-feira
Ouvi aquelas vozes que falavam ao meu ouvido,
Não eram mais do que sussurros, sons indefinidos.
Pareciam miados, gemidos e bocejos felinos.
As mulheres algumas nuas outras enroladas em papel,
Interpelavam-se com animações que me tiraram o sono,
Como ninfas em uma gruta taparam seus olhos.
Dançavam sem compassos, umas giravam outras apenas caminhavam.
Era uma atmosfera suja e vermelha, uma terra sem fronteiras.
Com olhos vendados desenhavam nas paredes,
Figuras tão geométricas que lembrariam a qualquer rupestre.
Mas algo tão trivial como uma bola branca em uma parede azul,
Deixava o ambiente com a aparência de uma noite sem fim.
Uma cega procurando o ar com as pontas dos dedos, procurando apalpar.
Duas jovens tocavam seus rostos, esfregavam suas faces uma na outra,
Sentindo na pele o tato que os ritmos doces podem causar,
E na sombra veio o beijo, e a sombra o espelho das almas noturnas.
Mulheres engatinhavam como gatos varrendo a rua,
Naquela sala desvairada, onde dois corpos ocupavam dois espaços.
E a expressão dos corpos, dos braços se esticando, e das faces procurando o sol.
Como retirantes procuravam seu itinerário, seguindo um som que vinha de um rádio.
Com passos ensaiados, imitavam umas as outras, deixando aquele espaço,

Repleto de luz e sombra.

Juliana S. Muller

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