quinta-feira, 20 de abril de 2017

Bonsoir

Bonne nuit, venho trazer um beijo de boa noite nas faces rosadas das crianças fartas, e nos rostos palidos das mães esgotadas.
Bisous.
19 de abril de 2017.

Se todo sorriso se arrancasse tão facilmente de um rosto como o teu.
existir neste mundo seria tolerável.

Se todos os olhos vislumbrassem com a simplicidade do chacoalhar das folhas do pinheiro,
amar e receber amor seria ainda mais fácil.

Se todos os olhos me decifrassem assim como os teus o fazem,
eu já não exibiria códigos, abandonaria os signos, e seguiria nua, sem camuflagens.

Se todos os olhos faiscassem como os teus, quando recebem um simples beijo na barriga,
eu abandonaria a rima só para observar todos os fogos que comporiam uma nona sinfonia.

Se todos os lábios que não emitem palavras, se pronunciassem como os teus olhos que me calam,
então meus poemas fariam sentido, quando dizem que, os olhos são as janelas da alma.

Mas nada no mundo é tão puro e sem perguntas. Nada é simples e fácil como você. Nada aqui me faz ser tão plena como te ter em meus braços e não precisar de nada para te receber. Apenas meu corpo sendo capaz de te carregar, apenas meu seio sendo capaz de alimentar, apenas meus lábios sendo capaz de te ninar, apenas meu coração sendo capaz de te decifrar.
´
Como será o meu mundo com a grandiosidade do teu ser?
Espero viver.
Mas se meu corpo padecer,
Meu verso te guiará.


Juliana S. Müller

segunda-feira, 10 de abril de 2017

bonjour

Bom dia amigos e leitores queridos, envio a vocês um poema de  domingo pra inspirar a semana de todos vocês.


Poema matinal.

Depois de sentir as cores daquele céu
norteei a bússola do meu Ser para aquele momento luzidio.
Nada que destoe daquelas cores é real.

O único céu que te acolherá é furta-cor.
Nenhum outro céu te eleva.
A casa que te gerou é a casa que te espera.

O sangue que sai das minhas veias volta a elas com a mesma violência.
Me cura, me imuniza, me fortalece, me liberta.
Um portal que me transporta para dentro de minha célula.

Nela me multiplico, me clono e volto inteira.
Restabeleço laços de vidas regressas,
E quando menos espero retornei a mim.

A maior dificuldade da Terra é aceitar essa forma geométrica
E cem anos mais, viver preso nela,
Como condição única perversa.

Por isso meu norte é aquele céu,
um céu que despertou em mim
sensação única de pertencer ao universo e não ao papel.

Juliana S. Müller.