Terça-feira, dia 13/08/2019
Todas as manhãs desperto no Japão.
Sento-me rente a janela, e observo.
Estou só.
Nesta casinha que é nosso lar.
Você já saiu,
me deu um longo beijo e se despediu.
foi trabalhar.
Eu passeio meus olhos pela paisagem lá fora,
é primavera.
Todas as cores sorriem para mim,
Não vejo mais aquele verde do soja.
Mas saboreio o seu gosto em todas as refeições.
E não posso deixar de pensar
que talvez aquele soja plantado em meu quintal
seja esse que tempera o nosso jantar.
Já diferencio as nacionalidades.
Os coreanos, os chineses e os japoneses
Já encontro em seus idiomas singularidades.
Já decifro seus rostos, seus corpos, suas habilidades.
E me destaco no meio de todos,
com as minha brasilidades.
Nunca me imaginei em terra tão estranha a mim.
Tão destoante de tudo o que já fui,
de tudo o que já projetei.
E hoje ao olhar pela janela
não estranhei mais as ruas,
nem as árvores,
não senti mais os abismos
Sinto que as pontes foram criadas
e agora já posso atravessá-la sem temores.
Todo esse equilíbrio tão ocidentalmente teorizado
no Japão é concretizado.
Tudo é harmônico e respeitado.
Sou aqui uma outra,
a escritora.
A buda.
A não carnavalizada.
Sou mais espírito e menos carne.
Encontrei no oriente,
o que jamais poderia no ocidente
O silêncio que não me entendia,
O silêncio que me acalma.
Juliana S. Müller
Todas as manhãs desperto no Japão.
Sento-me rente a janela, e observo.
Estou só.
Nesta casinha que é nosso lar.
Você já saiu,
me deu um longo beijo e se despediu.
foi trabalhar.
Eu passeio meus olhos pela paisagem lá fora,
é primavera.
Todas as cores sorriem para mim,
Não vejo mais aquele verde do soja.
Mas saboreio o seu gosto em todas as refeições.
E não posso deixar de pensar
que talvez aquele soja plantado em meu quintal
seja esse que tempera o nosso jantar.
Já diferencio as nacionalidades.
Os coreanos, os chineses e os japoneses
Já encontro em seus idiomas singularidades.
Já decifro seus rostos, seus corpos, suas habilidades.
E me destaco no meio de todos,
com as minha brasilidades.
Nunca me imaginei em terra tão estranha a mim.
Tão destoante de tudo o que já fui,
de tudo o que já projetei.
E hoje ao olhar pela janela
não estranhei mais as ruas,
nem as árvores,
não senti mais os abismos
Sinto que as pontes foram criadas
e agora já posso atravessá-la sem temores.
Todo esse equilíbrio tão ocidentalmente teorizado
no Japão é concretizado.
Tudo é harmônico e respeitado.
Sou aqui uma outra,
a escritora.
A buda.
A não carnavalizada.
Sou mais espírito e menos carne.
Encontrei no oriente,
o que jamais poderia no ocidente
O silêncio que não me entendia,
O silêncio que me acalma.
Juliana S. Müller
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