Mais um poema pra vocês refletirem um pouco sobre seus ideais.
Quinta-feira, dia 04 de abril de 2013.
EU SOU O POVO.
E há coisa mais rica do que ser do povo?
Há quem acredita que o povo não o representa.
Mas eu sou o povo e me represento,
Esse povo que já não tem uma cara, mas muitas.
Tantas que não sei qual eu amo mais.
E há coisa mais rica do que ser do povo?
Eu amo ser uma veia dessa gente que ama,
E é pra essa gente que eu escrevo,
É pra essa gente que não entende a si mesmo,
Eu escrevo pra mim mesma,
Porque eu mesmo não entendo,
Essa poesia cheia de hermetismo,
Que requer tempo de estudo e otimismo.
Eu escrevo pra quem tem ânsia de ler,
Pra quem procura uma salvação
Pros seus dias de cão.
Não pro homem culto
Que não se considera incluído nesse povão.
Eu escrevo pra quem tem Ânsia de vida,
Pra quem lê um verso torto, e acha lindo
Pra aquele que trabalha o dia todo.
Nãoooooo, eu não escrevo pra elite letrada,
Não escrevo porque minha poesia
É prosa de mais pra essa gente engomada.
Eu escrevo pra que minha mãe leia,
Pra que as pessoas que me incendeiam
Tenham consciência de como a vida é possível
Mesmo nos momentos mais terríveis.
Mesmo quando não há mais teia pra tecer.
Nada do que não seja o povo me representa,
Nada que não seja alma e flores me encantam.
Então não me venha dizer que temos tempo,
Porque a vida não espera, a vida age,
E quem não tem pressa não sabe o que é
Comprar uma passagem apenas de ida
Pra um lugar que nós nem sabemos onde fica.
Juliana S. Muller