sábado, 14 de setembro de 2013

Bonne nuit mes chéris.

O esgotamento que nasce da overdose promovida pela super dose de todos os sentimentos possíveis ao ser humano vivenciados à flor da pele. Uma mistura que desequilibra, que eleva o espírito e o joga ao chão, é viver em nove dias o que se vive em um ano, e uma vida. é uma falta de uns é um excesso de outros, é uma disputa que não tem um campeão. É uma mistura de vozes que entram e saem e confundem e se exaltam e se calam, se interpelam e no fundo ninguém disse o que queria dizer. Como administrar tantas vozes dentro e fora de você? Eu que não sou anjo tampouco humana, vou enlouquecendo e revivendo todas as sensações do ontem e do amanhã, vou me conectando e desconectando do que eu amo e do que ainda não aprendi a amar. É a exacerbação dos sentidos que me enganam e desmentem as nossas intenções mesmos as mais ingênuas, as mais desinteressadas, e nos jogam em lugares desconhecidos e até então ignorados pela incapacidade de compreender a própria vida, a própria experiência vivida tantas vezes e repetidas mil vezes mais. Aprendi com a rotina a amar e a odiar muito do que me trouxe até aqui, mas chega um dia que as vozes tantas vezes saudosas cansam seu espírito, e os nichos existentes de estilos e pessoas que se cruzam, que se viciam em seus próprios erros me enojam me cansam, esgotam minha incapacidade de conviver com as almas pequenas. E assim uma cidade come a outra dentro de mim, e tudo é a mesma hipocrisia, a mesma aglomeração de pessoas frustradas, de vidas que vão sendo desperdiçadas como se desperdiça cada dia com a certeza do ignorante que acredita que o amanhã virá. Não, um dia tudo fica pequeno, tudo evapora, tudo é a mesmice dos dias e sua alma quer algo maior, uma cidade maior e pessoas maiores, então a grande metrópole a Capital, vira o marasmo, um pequeno bairro industrial disfarçado com flores e apelidos culturais, cheio de festivais, camuflando a incapacidade de ser algo maior. E então você deixa de existir nesse lugar, e passa a existir em outro com a esperança de que esse lugar seja grande o suficiente pra nunca que nunca seu corpo necessite ocupar um espaço maior e sua alma voar pra um lugar mais longe desse nichos que se fecham e morrem como seus sonhos assombrados pelo medo de ser feliz. Cada um conhece a sua felicidade, mas todo mundo acha que o outro é mais infeliz, todo mundo tem a receita perfeita para a felicidade, todos temos o contentamento em dizer que estamos no caminho correto e apontamos o dedo para dizer que o outro é que não sabe viver. Eu que também acreditava saber mais do mundo do que vocês, fico aqui me perguntando, até onde é possível a nossa alma se isolar com nojo de se misturar com aquilo que não é o nosso mas também não sabemos ao certo como deve ser. Não me engano mais, cansei dos preconceitos dos meus e dos seus, eu vejo meus medos, e meu medo é apenas de que uma parte de mim tome conta de tudo o que um dia eu fui. E hoje tenho medo de apontar o próximo e no fim estar apontando pra uma parte de mim. Humildade humindade.
Mais amor...

de sua Juh...

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