terça-feira, 24 de setembro de 2013

Faço esse post de hoje em homenagem à cidade que é o berço da minha história, o berço da minha educação e o exemplo perfeito do que se chama globalização, padronização de hábitos, conceitos, ideias e ideais. Infelizmente as flores que deveriam ler esse poema são incapazes de compreender o que ele queira dizer. 
Quero que fique claro o meu amor por essa terra roxa, pela cidade que tem o nome mais poético desse velho oeste, e quero que fique claro que só nesta terra o por do sol é como eu gosto, de graça e belo. O grande problema desse paraíso colonial é a sua minúscula população de estilo modal. Seres não pensantes, que caminham na anti-cultura, que desconhecem o sabor da liberdade de pensamento, do livre arbítrio.
Para toda ação existe uma reação, então só quero lembrar que o tempo não está doido como muitos querem acreditar. Doidos estamos nós que somos incapazes de aprender com os erros e assimilar os acontecimentos que nos rodeiam. 
Um grito à inversão de valores.

O que foi que vocês fizeram com Corbélia?

Seus ramos de flores desapareceram antes do gelo chegar.
Suas avenidas sangravam com o barro que escorria sem itinerário.
E por muito tempo tudo o que o ar exalava era o agrotóxico
que cercava toda a cidade, uma corbélia que não cultiva flores.
Vocês foram envenenando seus rios e suas nascentes ou as suas mentes?
Que maldição que nada, vocês se julgavam abençoados 
mas cultivavam em seus quintais carros de luxo envenenados.
Quanta sujeira embaixo dessa terra roxa que aos poucos vai descolorindo
desbotando como aquela calça de marca que já está fora de moda.
ó minha gente quando a chuva vem ela não escolhe entre fortes e fracos.
Ao contrário de vocês a Grande Mãe não tem preconceitos nem raça.
Ela vem e devasta suas nobres ou velhas casas, não há rechaças. 
Mas vocês que durante anos cultivaram o mau hábito da luxúria.
Vocês que habitam uma cidade que se atravessa em meia hora.
E ainda insistem em utilizar automóveis como meio de luxo
para efetuar as mais simples tarefas, como atravessar a rua rumo ao supermercado.
A pobre Corbélia que não cultiva flores, mas ervas daninhas.
Quando o jardineiro é incompetente o que antes era jardim vira veneno pra rato.
E vocês com suas mentes fertilizadas com agrotóxicos inorgânicos,
Construem cada dia mais o mau hábito de viver uma vida que não é a sua.
Um dia vocês descobrirão que nem só de fotos no facebook se vive um homem.
A verdade é dura, e vocês só aprenderam a viver na mentira.
E hoje toda vez que volto pra esse recanto que ao invés de flores
cultiva terra em seus canteiros, sinto o mau estar de estar em terra abençoada e desgraçada.
Desgraçada pelas mentes mesquinhas e pequenas que acreditam em seus reflexos no espelho.
Narcisos que degolam o próximo com a língua amargurado de quem desconhece a vida.
Ah quanto amor sinto por Corbélia que de poesia só conhece o seu nome.
Que de cultura nunca ouviu falar, pobre a Dama que acreditou semear poemas
Em tempos de novela.
A moda que governa suas cabeças, só tem validade até a próxima estação do ano.
Então agora perante a tanta devastação  ao invés de culpar o tempo pelos seus males.
Coloca essa cabecinha de milho pra pensar e reavaliar os seus conceitos.
A última vez que estive aí pude constatar que Corbélia é uma cidade colônia.
Nada que não seja o de fora tem interesse nesse lindo lugar.
Vocês não existem porque não pensam.
Enquanto forem soldadinhos escravos da ideologia da moda, enquanto não aprenderem a pensar.
Ficarão presos e inofensivos a quantas tempestades a Grande Mãe enviar pra tentar resguardar o que é dela e nunca foi seu.

Pense repense.
Uma corbélia precisa de flores pra assim poder se chamar.

De sua Juh...

Nenhum comentário:

Postar um comentário