quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Bonjour mes amis, a mensagem que trago para este novo ciclo é apenas mais uma forma de ser um pouco mais relevante com o nosso privilégio de estar aqui sendo algo.
Que o amor esteja acima de tudo.

Deste ano eu levo muito pouco do novo. Pouco foi colhido embora muito tenha sido plantado, tanto aconteceu em minha vida e tão pouco permaneceu em mim. Tantos desejos que outrora eram o pulso dos sonhos, se tornaram real e nada se pareceram com o sonho. Ou nada se pareceram ou quando aconteceram já não faziam mais cócegas.
Tudo me acontece, exatamente tudo o que me passa pela boca vira matéria, experiência concreta e no entanto poucas são as vezes que me exalto com esses acontecimentos. Este ano de tanto sentir o mundo perdi minha vontade que era tão própria, e passei a viver ainda mais o mundo, e de tanto ser plural voltei pro meu casulo, pra tentar redescobrir como é ser gente, como é ser humano, porque de tanto teorizar metamorfoseei-me em imagem abstrata, no mais puro etéreo. me confundi com todos e tudo; Foram anos absorvendo o mundo todo para então ser o outro, e de tanto ser o outro me esqueci de ser o eu, e quando fui ver eu era o eu do outro, assim como Clarice, e assim como todos os seres sensíveis ao mundo.
E agora neste velho lugarejo tenho medo de me tornar o outro, e imploro para que o outro se torne o meu eu, posto que tudo em mim é multifacetado e moderno. Absorvendo o eu que há em mim absorverão também todos os outros que eu absorvi durante todos esses anos. Espero contagiar e não ser contagiada, espero ensinar e não mais ser ensinada, espero inspirar e não mais ser inspirada, porque o dia que isso acontecer aqui, a minha alma estará fadada ao fracasso do absurdo que é ser pouco ou quase nada.
Foram muitos anos buscando e intelectualizando o eu que existe aqui, e agora lutarei com todas as minhas forças para que todos esses outros que eu coleciono em mim não me deixem misturar-me com a mediocridade dos que nem conseguem percebê-la.
É preciso elevar-se sempre, é preciso analisar-se sempre, é preciso metamorfosear-se infinitamente, mas nunca, nunca devemos regredir nossa alma, nunca devemos deixar o pouco ou o muito que há em nós esmorecer. Toda a beleza que meus olhos buscam não há aqui, e tenho medo, medo de acostumar-me com o pouco desta terra escassa, destas árvores falhas, desta gente empacada, tenho medo de contagiar-me com todo o preconceito e burrice que ainda paira nesses espíritos pequenos e atrasados.
Salvamos sempre frutos de árvores podres, mas o desgaste é tão grande na procura por frutos valiosos em uma plantação de destroços que todos os esforços na procura destes frutos, podem acabar nos confundindo e nos deixando exaustos demais para seguir nessa procura.
Com todas as confusões que me acometeram o pensamento nos últimos anos, nada é tão cruel quanto a certeza do julgamento alheio, do julgamento que pensa conhecer todo o complexo que é o mundo e suas partículas e acredita conhecer todos os caminhos. Ninguém pode construir o caminho do outro apenas com o imaginário pré construído neste sistema corrompido por almas desumanas. Todos nós somos capazes de construir caminhos distintos dos já conhecidos, todas as grandes histórias foram feitas por seres que traçaram um itinerário até então desconhecido.
Eu espero e desejo para esse novo ciclo de 2016 que a minha história seja construída apenas por mim e por minha egrégora protetora, que todos os olhos se espantem ao descobrir a possibilidade de um caminho novo e único, meu, eu.
Que todo o atraso que este mundo vem sofrendo, seja compensado pelas almas que estão empenhadas em elevar o nível de pensamento e evolução no nosso planeta. 
Desejo com todo o meu coração diferenciar-me de tudo aquilo que não é o novo, o moderno, o não concebido por teorias velhas e antiquadas que estão sendo arrastadas por mentes engessadas pela memória em um ideal que já não serve mais.
Desejo e espero que o eu que há em mim sirva para desconstruir o eu que há em vocês.
Amém.

Juliana S. Müller

sábado, 28 de novembro de 2015

Bonjour mes amis, o poema de hoje não é novo mas é inédito.
Afaste-se das coisas que te nutrem, da beleza que teus olhos estão acostumados a observar, e tuas palavras murcharão em tua boca antes mesmo que tua mente seja capaz de criá-las.
Muitas coisas mudam, muitas coisas permanecem, e o conflito entre essas duas questões são o meu cálice de vinho e a taça de veneno. Difícil se embriagar de uma sem provar um gole da outra, mesmo que distraidamente. Eis a metáfora que não se cumpre, eis o pensamento que se confunde, eu desempenhando papeis que não me servem, eu experimentando ares que me necrosam a alma, que me cortam os pulsos de uma só vez. Reaprender a viver em uma sociedade que nada pode te oferecer, e que não fará esforço algum para te compreender, porque já não pode mais, porque teus passos já alcançaram andares que os demais nem sonham existir.
Ah, o poema de hoje já não faz mais sentido de ser, o poema de ontem era tão monumental porque monumentos me orbitavam, e agora no meio de tanto cascalho ando catando destroços de um mundo triste e feio, sem estética, sem poesia. É como ser cegado aos poucos, é ter que se fingir de morto, é poupar os ouvidos alheios de seus tesouros. Imagine construir monumentos e não ter para quem exibi-los. Porque os olhos que te miram são incapazes de perceber a beleza que te foi criada, eles nunca compreenderão a diferença entre uma espiga de milho e uma espada, além das evidências físicas que os separam. Eu sem alteridades, eu não me confundindo com nada, eu me distinguindo com clara nitidez de todo o meu entorno, eu perseguindo carreiras de formigas para preencher o dia que não tem sintonia nem louvores. Eu provando da terra que me criou e não reconhecendo o cheiro da terra que me pariu. Eu sendo um fruto estranho. Eu comendo veneno. Eu embriagando-me de amor. Eu detestando estar. Eu sabendo onde me encontrar. Eu sem pressa de voltar. Eu arrancando peles que me cobrem quando fechos os olhos para o mundo que já não é. Eu almejando seres, eu sendo um pouco mais. Eu me divorciando do último laço que me fez alguém que já não reconheço nem mesmo entre os parentais.
Hoje não há poesia porque ela está nos filmes que não assisto mais, nas ruas que já não piso mais, na água que não provo mais, na chuva que não me beija mais.
Hoje só há prosa enrustida porque essa terra não conhece rimas, porque não encontro o verde no verde dessas lavouras estéreis e infernais.

Juliana S. Müller.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Poète Maudit...

Bonjour chéris, hoje temos um novo post de um videopoema.
O poema de hoje tinha pretensão de virar canção, mas enquanto isso não acontece continua sendo poema, e não apenas um poema, mas uma resposta muito pontual ao poema/canção do poeta.
Essa personagem Bárbara é muito ousada, então esse poema é dedicado a todos que já se sentiram usados como a Bárbara.

Bisous.

Terça-feira, 30 de outubro de 2012
Poeta maldito
Aaaaa poeta maldito
Usa de suas palavras pra acabar comigo?
Pois saiba que um único gesto meu
E teu corpo cairia sobre o meu
 Implorando um beijo amigo.

Aaaaaa poeta cretino
Me agride com sua prosa torta
Mas se deleita no meu umbigo
Cria versos arranjados
pra esquecer dos meus carinhos.

Aaaaaa poeta bandido
Finge ser o indignado
Mas sonha todas as noites comigo.
Inventa sonetos cortados
Pra evitar o meu sorriso.

Qual é poeta maldito
Venha que eu te embalo em minhas coxas,
Te arranco suspiros, granidos.
Divido meu gosto com o seu,
Mancho seu corpo com meus lábios encarnado
Venha poeta cretino vem,
Que eu escorro por entre seu corpo
Reviro seu espírito,
E no final dessa prosa, sua alma evapora.
E eu fico sendo somente a puta que sempre acaba contigo.
De sua Bárbara...




quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Je sais que seulement l'Amour peut soigner le monde maintenant...

Ouuquei. O videopoema de hoje foi com toda certeza o mais difícil a ser gravado, além de ser o poema mais longo do livro é também um dos que mais me emocionam. Embora alguns conceitos já não me representem neste poema, a essência dele ainda permanece, e é muito bom saber o quanto nossos pensamentos evoluem e deixar um registro deles é ainda mais instigante.
Espero que tenham paciência de assistir o vídeo até o fim, prometo que esse é o único poema que terá essa extensão tamanha.
Tenham um lindo dia e não esqueçam de compartilhar o link e se inscrever no canal.
bisous





QUARTA-FEIRA, DIA 24 DE OUTUBRO DE 2012
Eu sei que só o Amor pode curar o mundo agora,
O Deus já desceu, nasceu, morreu, ressuscitou.
Mas o amor se acabou, aquele amor que torna
As pessoas em almas melhores do que realmente são.
Aquele amor que diz bom dia aos conhecidos e desconhecidos.
É o amor que observa o céu azul, que caminha pelas ruas
Que percebe o movimento do mundo ao seu redor.
onde dorme a sensibilidade das almas encarnadas?
onde se escondem a boa educação, o bom senso e o respeito?
Eu vivo cada dia sem desejar o amanhã,
Vivendo só o que eu tenho no momento, o agora.
Não existe o futuro, o amanhã, são apenas utopias.
Só existe o que passou, e o que está passando.
E as pessoas nem sabem que amanhã não haverá
Que seus olhos podem fechar e esquecer de abrir,
Que o abraço deixado pra depois, pode nunca acontecer.
E elas passam apressadas, desorientadas, não observam,
Não sentem nada, não sentem o olhar alheio, o toque da pele
Todos caminham pro mesmo buraco, um buraco negro
Que suga cada vida com tamanha facilidade,
Que meus esforços em salvar uma alma amiga
Já é algo quase perdido, as almas não querem ser salvas.
Porque elas não aprenderam que poderia haver salvação.
E agora correm cegas, atrás do dinheiro, da estabilidade
Que estabilidade?
A única que torna todos os humanos seus dependentes
Desde o nascimento da consciência até o fim de seus dias.
E pra quê isso meu Deus?
Se só o que temos é o hoje, é o agora.
E elas não sabem, elas não sentem, elas imaginam e acreditam
Elas vibram com a novela a veia do demônio,
E não percebem que morrem a cada dia de suas invidas.
Que a cada minuto desperdiçado não há como ser recuperado.

Ó meu Deus, elas se iludem, elas são iludidas,
E eu aqui inútil, sofrendo por essas almas perdidas.
Amando por todos, agradecendo por todos o milagre da vida.
Mas elas não sabem e não querem saber,
E muitas jamais saberão o prazer de se acordar desse sonho
Que tem sido esses anos todos, desde os anos 50
Desde dois mil anos, desde sempre correm para o abismo
Ludibriadas, enganadas pelo poder, pelo glamour.
Por tudo o que não é santo , não é sagrado.
Vivem nas igrejas e não entendem a lei do homem que mais amou na terra.
Oram sem fé, porque a fé já não é sentida pelas almas perdidas
E fogem, fogem desesperadamente pra qualquer braço estendido
E de repente se esquecem de estender o braço pra um amigo.
Ó meu Deus, me avise quando poderei começar,
Me de o sinal seja ele um tapa, um grito ou feche de luz.
Mas me recorde do meu segredo aqui neste mundo errôneo,
Me desperte de meus desejos carnais, me anime a ser algo mais.
E a humanidade cega trôpega, fétida se lembre ao menos um minuto
Que há muitos mundos neste que chamamos terra.
Que por pelo menos um único minuto despertem e sintam
O olor das almas azuis, das almas cristais.
Que encarnaram uma vez mais pra tentar salvar
As que já não vivem, mas rastejam.
E que esse fim de mundos, seja o começo de muitos
Que seja a energia divina brotando em nossos corações.
Que as almas azuis cantem, pras almas negras.
Que as almas cristais pintem pras almas cinzentas
E que neste ano acabe aquele mundo obscuro e medíocre
E que nasça um novo mundo, onde todos se amem
Onde haja esperança, e que as pessoas encontrem a calma
A paz que nos falta, a alegria que nos harmoniza.
Espero e desejo com todos os meus nervos,
Que esse mundo acabe, que os astros se alinhem
E de uma vez por toda o outro mundo reaja.
O mundo que sempre esteve aqui e nunca fora vivido.
O mundo que há muitos milênios vem sendo perseguido.
Que esse mundo ganhe o plano real, pra que todos vejam
O que há milênios se negam a olhar.
Um mundo morre e outro nasce,
Almas sobem e outras descem.
Assim construímos um novo espaço, onde todos saibam e tenham tempo pra amar.
De sua Esperançosa Juh...


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Buenas noches cariños, o videopoema de hoje já está no ar a qualidade está inferior em decorrência do horário de gravação, por isso a iluminação natural do dia está oscilando.
Ignorem a qualidade da imagem, e apreciem a qualidade do poema. ouquei.
Tenham uma boa noite amigos queridos leitores.


Quinta-feira, 25 de outubro de 2012.
Essa mulher é ingrata.
Não a leve tão a sério.
Ela só ama a si mesma.
Pedir seu amor é perder tempo.
Ame-a ou deixe-a.
Mas não exija nada que
Sua amizade não possa dar.
Essa mulher sofre, sofre
Com a ingratidão dos homens.
Ela lhes dá a imagem, a alma
Mas eles sempre querem seu amor.
Ela sempre acaba perdendo
Bons amigos por quererem o seu amor.
Ela sabe do amor de todos,
Mas só ama a si mesma.
Esse amor carnal sé serve a ela
Mas esses homens insistem
Não se conformam com o amor
De uma verdadeira amizade.
Porque eles se espantam tanto
Com essa palavra que pra muitos
É tudo o que buscam nessa vida.
Amigo. Só amigo.
E agora me torturas porque queres mais.
Não me quer mais como sua musa,
Me levou ao céu pra me jogar ao mar.
Me deu asas pra depois arrancar.
Dei a você tudo o que poderia dar,
E você usufruiu enquanto aguentou,
Depois de beber do meu mel,
Depois de provar da minha magia.
Decidiu que o melhor seria me deixar.
Se te dei palavras doces e amargas,
É porque assim é a minha alma.
Mas você provou o mel e ignorou o fel.
Admita o seu amor por mim,
Aceite que eu jamais poderei te amar,
Porque eu nunca desperdiço os amores
Administro todos eles com cautela e dedicação.
Mas não me peça pra ser quem não sou,
E eu sei o que eu sou.
E eu estava me deliciando com seus versos.
Sempre sonhei em ser a musa de um poeta.
E você foi escolhido, deveria estar lisonjeado.
Mas não, me joga às traças e se nega me amar.
Não me deixe poeta, porque uma musa melhor não será capaz de encontrar.


Juliana S. Müller

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Bonjour chéris, hoje é dia de vídeopoesia. O poema de hoje é um dos mais curtinhos do livro, porém não menos interessante,
Aproveitem para inspirar seu resto de semana e compartilhem o vídeo com pessoas de bom gosto, tenham uma linda e próspera semana.
Bisous...






Domingo dia 21 de outubro de 2012
Se eu enchi seus pensamentos de canções
Você encheu meu corpo de desejos,
Minhas pernas estremecem ao toque de suas palavras.
Minha boca saliva pensando no toque dos seus lábios.
Meu corpo se torna escorregadio e pegajoso,
Na lembrança do seu cheiro, da sua pele, e dos seus olhos
Procurando os meus com uma timidez incurável.
Minhas mãos buscam uma solução pra esse desespero.
Uma música, uma taça de vinho e já encontro meu aconchego.
Deixe suas mãos livres.
Deixe elas passearem pelo meu corpo nu.
Deixe a sua imaginação chegar aonde quiser.
E permita que suas lembranças sejam ainda melhores
Do que a nossa realidade vã.
Viaje por ruas desconhecidas,
Vença seus medos com minha vida.
E nunca esqueça de que minhas lembranças sempre serão suas,
Para que seus pensamentos sempre sejam meus.

De sua Juh....

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Bonsoir mes amis chéris. O poema de hoje é o último da trilogia destes três últimos poemas, é por isso que a temática se parece assim como a retórica se repete, mas todos os poemas que a Musa está declamando fazem parte de um único livro intitulado Uma Musa sem um poeta escrito em 2012 e ainda sem publicação. Espero que gostem deste poema porque o próximo será bem menos leve e bem mais profundo. Então desfrutem dessa lindeza.



sábado, dia 20 de outubro de 2012. 3

Ouvindo Chico.

Sou só o reflexo da minha imaginação,
Imagino, logo existo.
Sou tantas que poderia protagonizar
Minha própria história mil vezes narrada
Por mil olhares distintos.
Crio personagens que vejo em filmes americanos,
Franceses e brasileiros.
Fui Alice porque me disseram que eu era.
Acreditaram mais no meu personagem do que em mim.
Gostaram da energia que fluía dos meus olhos e dos meus sapatos.
Beijaram meus lábios se embriagando em meu néctar.
Eu dividi meus personagens com almas desamparadas.
Dei tudo o que pediram e fui feliz assim.
Sonhei, desejei até em ser a musa de um poeta.
E que cada pensamento, cada verso desses poemas
Fossem meus, fossem a minha essência eternizada.
E agora regozijo com cada frase nova, com cada perfume exalado.
Porque os cheiros e as músicas me trazem à memória
As lembranças em suas mais vivas formas.
E agora escrevo poemas inventados como respostas,
E não me encorajo de enviá-los ao seu destinatário.
Talvez guarde essas respostas eternamente em mim.
Matando a Musa e o Poeta em uma gaveta.
enfim...

Exilando-os de sua própria morada enfim.                                    

Juliana S, Müller

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Bonjourr queridos, um poema para começar bem muito bem a semana.
Dos dias que me tomaram nenhum deles eu reneguei, acostumei-me com as marteladas, com as derrocadas e firmemente no meu caminho continuei, porque acredito, e mais do que acreditar eu sinto e viso todos os caminhos que percorrerei até o mundo conhecer os sonhos que me movem, e as energias que me protegem. Tenham um lindo e ensolarado dia, e permitam-se arrancar os véus que escondem o verdadeiro plano.
bisous.


segunda-feira, dia 10 de agosto de 2015
O inimaginável é
Viver oito anos como se fossem semanas de carnaval
Deslizar nas espumas dos dias sem medo de escorregar.
Abraçar o destino porque futuro mesmo não há.
Escalar montanhas só para ver o inimigo de cima despencar.
Encontrar caminhos que ninguém na terra ousa trilhar.
Acolher amigos mesmo que seja para se decepcionar.
Adotar gatinhos porque eles saberão te recompensar.
Amar todas as artes porque são elas que podem te alimentar.
Arrancar véus todos os dias para que o invisível se revele e o material se deteriore.
Descobrir mundos novos dentro de seus sonhos.
Dançar tango quando te pedem para ser santo.
Romper com as instituições ignorando a salvação.
Nadar infinitamente contra todas as correntes do pensar moderno.
Ser atriz quando solicitam que você seja “correto”.
O inimaginável é
Desejar os mesmos lábios dia após dia durante um milhão de anos.
É atravessar mundos, encarnações só para deitar no seu colo.
Encarar o imundo no mundo e nunca te perder dos meus olhos.
É sangrar todos os dias pelo risco de inspirar vidas inteiras e
Ainda assim não ter medo de lançar os dados...
Porque independente das marteladas
você acredita que o que é teu está realmente guardado.


Juliana S. Müller

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Bonjourrr, hoje é dia de videopoesia. Olá queridíssimos amigos e leitores, o poema de hoje é mais um da composição do livro Uma Musa sem um Poeta, e será declamado pela Musa mais uma vez.
Sintam-se à vontade, e compartilhem dessa ideia.


20 de outubro de 2012 2
Em minhas mãos só vejo espadas.
Estou vivendo em um mundo paralelo.
Em um universo fantástico em que me jogaram
Quando descobriram que eu era a própria Alice,
A única Alice de todos os contos de todas as realidades.
Me chamaram Alice e eu vi no reflexo no espelho
Um novo paraíso. Um lugar todo meu, com meus sonhos
Meus desejos e personagens favoritos.
E desde que saí deste universo paralelo,
Sinto que todos os olhos do mundo me vigiam,
E sinto mais, sinto que cada um desses olhares é você,
São os seus olhos que vigiam minhas caminhadas,
A forma como eu mexo no cabelo, passo o batom nos lábios.
Sinto que toda vez que me viro você está lá,
Me observando através de suas lentes armadas,
E quando volto pro meu mundo paralelo não sinto nada.
Vivo.
No meu paraíso tudo é tão intenso que os sentidos
Se perdem, e meu único esforço é não ficar sã.
Me permito viver nesse mundo, me permito criar.
Me permito cortar cabeças com minhas espadas na mão,
Porque tudo o que tenho são espadas desajeitadas.
Que escolhem com minuciosidade qual será o mártir da vez.
Mas eu que carregava comigo sempre corações, eu que trocava
Barras de ouro, por corações. Agora só vejo espadas desembainhadas.
Não gosto de espadas, gosto do vento leve sussurrando ao meu ouvido,
Do gélido ar queimando meu rosto pálido.
Me livro dessas espadas e encontro flores,
As mesmas que me encantaram outrora,
As mesmas que me fizeram desejar ser a musa,
Ser a Alice que inspira o poeta amargurado,
Aquele poeta que já não encontra vida em nada
Só em meus olhos imaculados.
Ser a musa de um único poeta é melhor que ser o próprio poeta.
sentir seus versos pulsando em meu coração
É a recompensa que me faz persistir nessa vida.
Sentir o seu coração pulsando em minhas mãos esguias,
Isso meu caro poeta era tudo o que eu precisava por estes dias.
De sua Juh...

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Buenas tardes mis carinõs. Hoje é dia de vídeo da Musa. Ela vai declamar o segundo poema de sequência de muitos de seu livro. Então façam bom proveito e inspirem-se com a declamação de hoje.
Tenham um lindo e ensolarado dia.
Besitos.




Acrescentarei aqui o poema para que possam reforçar a leitura.



Isso foi tão profundo e obscuro,
E essa música e essas palavras.
É tudo uma explosão de nada,
Uma voz lenta que sussurra algo
Que minha ignorância não pode compreender.
O que serão dessas cartas eu não sei,
Mas esse baralho parece mais interessante
Do que as doces palavras ou o mel
Que escorre nos galhos das árvores.
Mel que alimenta a minha boca ferroada por abelhas.
Essa obscuridade nada tem a ver comigo
Essas palavras manchadas de sangue e verniz
Não refletem em meu espelho de rainha.
Algumas vozes me chamam Alice, e outras
Juram reconhecer em meu corpo em minha alma
A única Alice de muitas histórias.
E em meus sonhos de menina desejei ser a musa
Que inspira a poesia de algum poeta.
E ser a Alice de seus sonhos é pra mim um algoz.
Ser a musa de um poeta é melhor do que ser o próprio poeta.
Eu que não sei dos beija-flores, começo a desvendar aos poucos
A sua prosa tão cheia de imagens, que me levam
Novamente ao momento em que nasci Alice,
Em um paraíso que descobriram pra mim.
Em uma fantasia que eu gosto de imaginar,
Nesse universo paralelo onde sou quem eu quero, sem ter que me renegar.

Juliana S. Müller

terça-feira, 28 de julho de 2015

Bonjour mes chéris. O poema de hoje é algo que vem lá dos trópicos da alma, inspirado por poemas de velhos loucos. Tenham um lindo dia de sol e poesia.
Vamos brindar a vida.

Terça-feira dia 28 de julho de 2015
Todo o meu amor está aqui
Lascivo, mórbido, sincero,
Esperando para sair a quilômetros.
Toda a minha beleza está posta a mesa.
E mesmo assim seus olhos viraram ao me ver.
Na estante estão as marcas dos copos de outrora.
Na geladeira o cheiro podre de algo que se deteriora.
E aqui nesse quarto ora gélido, ora agradável
Ainda resta manchas de esperma vencido.
E tudo o que seus olhos vêm é a cor do meu supercílio.
Eu amo você caubói, amo sua loucura.
Amo suas incertezas e suas rugas.
Amo de forma gélida e desconfortável.
Amo como se nem fosse amar.
Mas cada lembrança que me vem de você
Me faz muito veemente te adorar.
Te querer vivo do meu lado,
Soprando a fumaça fétida que sai da sua chaminé.
Todos os olhos do mundo desejariam conhecer
Os segredos que acontecem entre você e eu nesse adorável tríplex.
De sua Juh...

E não esqueçam, amanhã tem vídeo novo da Musa.
hasta la vista babys...

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Bonjour leitores queridos. Hoje inicio uma nova face do blog que é bem mais dinâmica e interativa, a declamação de poemas audiovisual. Pois é, a Musa decidiu que quer chegar até ons confins do mundo com a sua poesia, e para isso decidimos juntas fazer performances através de vídeos, assim aquelas pessoas que ainda não conhecem o blog, ou que ainda não estão acostumados com a leitura de poesia, pode apreciar os poemas declamados.
Portanto a partir de hoje iniciaremos o livro Uma Musa sem um poeta, em formato audiovisual.
Acompanhem e compartilhem.
Beijos e tenham uma boa semana.



Sim o vídeo é de má qualidade, mas a intenção é apenas propagar os versos da Musa, ok.

Sugestões serão sempre bem vindas.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Tudo me altera, exatamente tudo. Um poema escrito há cem anos atrás, uma música recém lançada. Um filme que nenhum crítico se atreve descrever, ou um romance de prosa torta. Tudo me altera e me renova, e me mostra a verdadeira face da chamada vida, o verdadeiro motivo de estarmos aqui de volta. Nada é tão empolgante agora. As pessoas nascem, alguns crescem, evoluem, outros definham viram em nada, e quando morrem já não fazem a menor falta. E é assim que deveria ser sempre, sempre deveríamos significar nada, mas acontece que tem gente que gosta de ser escória e acaba vendendo a alma pra sair na capa.
Deus me livre de todos os pecados que ainda não cometi, e me dê confiança o suficiente pra ser sempre anônima, cada dia menos me interessa fazer tarde da sua história.


Mais um poema para todos aqueles que me leem.

 26/06/2015 sexta-feira
Se eu pudesse beberia como o velho Bukowski,   
Mas eu sou de outro século e por aqui não se toleram Chinaskis.
Toda essa gente não me representa em nada.
Nada mais importa do que a poesia escrita nas portas de banheiros.
Essa casa tão limpa, tão cheia de salas, nada disso me consola.
Hoje poderia morar numa espelunca do Guadalupe
E minha rima continuaria igual.
Nada do que eles escrevem é real, é tudo lirismo banal.
Eles foram para as universidades e aprenderam a ser babacas convencionais.
Nós pobres de money e ricos na graça, aprendemos a fazer fumaça.
Tanto faz meu homem dizia, tanto faz. E eu já sabia.
Cada dia que se passava eu entendia que tanto fazia tudo nessa vida.
Nada é real que não possa virar fantasia.
Hoje nada faz sentido, amanhã a morte traz a indelével epifania.
E no final depois que atravessam a linha, todos ficam com seus egos suspensos
Sem entender onde foi parar a empregada que os servia.
Tudo, tudo aqui é ilusão, menos a poesia.
Os versos vão permanecer aqui e lá.
A carne vai apodrecer quando você parar de respirar,
A sua imagem vai virar comida para as traças, as reais e as imaginárias.
Todos vão comprar sua imagem antes de conhecerem sua história.
É isso que sobra depois que atravessamos as fronteiras.
Nada.
O que você puder aprender aqui faça.
Deixar para aprender depois é a pior de suas trapaças.
Isso não é conselho meu querido charlatão.
É apenas o consolo que não terás quando vieres choramingar lamúrias na porta da minha casa

De sua Juh...

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Bom dia queridos amigos e leitores, o poema de hoje é uma partícula daquilo que eu gostaria de dizer todos os dias para todos vocês que me leem e acompanham o blog com tanto carinho.
Eu espero inspirar o dia e o espírito de vocês.
Tenham uma linda e próspera semana,
Não nos contentemos com o mentira que nos contam.




segunda-feira, dia 18 de maio de 2015

Eu sou a geração que rasga diploma,
Eu sou a geração que reza e questiona.
Eu sou a mulher que escolhe o seu destino.
Eu sou a mulher que irrompe no desatino.
Eu sou a criança que nasce e já entende.
Eu sou a criança que perdoa seu antecedente.
Eu sou a voz que ouve Deus e o representa
Eu sou a voz você ouve e não aguenta.
Eu sou o poro que sente o universo se movimentando.
Eu sou o poro que sente a revolução começando.
Eu sou a luz que não esquece a sua essência.
Eu sou a luz que aquece a sua ascendência.
Eu sou a mente que coa os sons que no sonho me contam.
Eu sou a mente que coa os pensamentos que me ecoam.
Eu sou Deus pleno e inconsciente.
Eu sou Deus semeando em suas mentes.


De sua Juh...

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Bonjour chéris, hoje fiz um poeminha cheio de rimas clichês, e cheio de simplicidade porque a beleza está na simplicidade das palavras, dos objetos, dos gestos, e isso estava meio esquecido em mim.
Ana você resgatou a parte mais bonita dos meus olhos que eu havia perdido no meio dos holocaustos da vida. Obrigada Ana Larousse por inspirar as nossas vidas.


quarta-feira, dia 29 de abril de 2015

Delicatesse

Eu fiz um poema no canto da sala,
Com livros de francês, vaso de flor, e móvel achado no porão.
Eu fiz um poema sem saber que também era canção.
Um canto que não tinha amor,
Um canto que nem sequer liberava a imaginação.
Eu fui lá e sem perceber transformei aquele pequeno pedaço de nada
Em uma grande parte do meu coração.

Com amor, imaginação e intuição,
transformei em poesia um pequeno pedaço em branco de chão.


De sua Juh...

segunda-feira, 27 de abril de 2015


bonjour meus amigos e leitores queridos.
tenham uma boa semana e desfrutem dos versos que eu deixo para vocês.
Bisous.


Ei amor...vamos fazer uma coisa hoje?

Vamos deitar os dois no tapete da sala,
Entrelaçar nossos corpos e aquecer nossas almas?

Vamos decorar nossa casa com nossos prazeres,
e perfumar a cama com nossos suores.

Vamos afundar naquela banheira de água fervente
enquanto lá fora todos imploram por uma terra emergente.

Vamos amor!
Agarra na minha cintura com força porque ando em passos largos,
Não temos tempo pra sermos altruístas,
o mundo espera demais de nossos egos imperialistas.

De sua Juh...


quinta-feira, 26 de março de 2015

Bonjour chéris, trago hoje um poema de amor para aquecer os corações, já que essa brisa de outono vem trazendo aos poucos o frio que já conhecemos e que por vezes congela nossos sentimentos e nossas emoções.
Bisous e tenham um dia agradável.


26 de março de 2015, quinta-feira

Quero contaminar minha pele com tua saliva
Deslizar meus braços em tua cintura fina.
Fazer carícias em teus braços brancos nus.

Desejo perpetuar meus beijos em tuas pernas,
Plantar flores em teu ventre e ver a rosa florir.

Farei de teu corpo o meu lar e meu oratório.
Desenharei meus sonhos nos vãos entre teus olhos.
E mais de uma vez me ajoelharei diante teus pés
Porque reconhecendo tua divindade, me prostrarei a você
até meus olhos esquecerem o verdadeiro azul do céu.
Afundarei meus dedos em teus cabelos loiros
até que tudo em mim seja o teu cheiro.
Jamais viverei sem teus olhos ternos e plenos de amor,
Você encontrou em mim a fonte mascarada de ser ator.
E agora por estes dias tudo o que quero é seu teu mais devoto senhor.

De sua Juh...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A verdade está tão mas tão distante de seus olhos, que não vale a pena viver este sentimento junto com o mundo. O isolamento de poucos em momentos de euforias me diz muito sobre a consciência daquele indivíduo na sua comunhão com o universo.

Tenham uma boa experiência.
Porque ultimamente não tenho achado muita graça...




Quinta-feira dia 26 de fevereiro de 2015
Está tudo louco, tudo descascando pelos cantos
E como não poderia ser diferente a página precisa ser virada
Mas toda página que muda pesa mais que a anterior.
E toda visão que se corrompe perde um pouco da paz.

Ser algo no meio do todo é ser algo mais,
Ser algo sozinho no topo é ser pouco demais,

Está tudo virando transtorno, palavras escassas
O peso do corpo que sobe o morro, morre a cada esforço que faz
Está tudo suspenso nos voos que minhas asas suspendem e caem.
O retorno é sempre um desconforto que só aguenta quem se desfaz.

Ter algo pra oferecer ao outro, o segredo da paz
Ter algo sempre no bolso mesmo que seja um ás.

Das conversas contentes na mesa nada disso é real,
Vocês falam coisas que no cotidiano nunca permanecem,
Que logo depois do cigarro de maconha de desfazem se desvanecem.
Você me odeia com cada célula do seu corpo, mas só transparece subindo escadas com sofás nas costas.

Os meus sintomas ninguém os conhece, nem o gato, nem o psicanalista, nem o pássaro nem os ciprestes.
Nada do que eu faço é real, nada do que eu digo é real.
Sou apenas uma atriz em tempo integral tentando atuar de forma ilegal.
Enquanto vocês absorvem minhas mentiras e atestam minhas loucuras
Eu descasco no meio do palco tentando me agarrar ao último traço de sanidade.
São só palavras, são só pensamentos.
Vocês nunca aguentaram subir as escadas que levam até o meu verdadeiro sentimento.

Juliana S. Müller.



quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Queridos leitores amigos, estou cansadíssima então me perdoem qualquer erro neste texto, mas emoções como estas a gente tem que dividir, antes que tudo vire poeira cósmica.
O Psicodália 2015.

Sim nós psicodálicos estamos dividindo o mesmo sentimento neste momento, e ao contrário do que experimentamos nos anos anteriores este evento parece nos ter sido usurpado por uma corrente de pessoas que não se enquadram nos nossos esquadros.
Não foi a chuva, nem o aumento dos preços, não foi a lama, foram as inúmeras pessoas desconcertadas que apareceram no nosso festival mais puro de amor e corromperam-no com as suas câmeras modernas, seus paus de Self, secadores impertinentes, seus celulares eternamente ocupando tomadas, seus cremes hidratantes que transmutaram os odores da nossa velha fazenda guerreira.
QUEM CONVIDOU VOCÊS PARA A NOSSA FESTA?

Sim, parece que este ano toda aquela naturalidade, aquele amor incondicional e a pureza foram atropelados, por carros 4x4 que invadiram nossa energia e destruíram o nosso retiro de carnaval com suas modernas câmeras e celulares.

Quem não percebeu a total discrepância entre os veteranos e os intrusos?
Vimos muita cara feia, e muita gente mimada, vimos muito churrasco, e muito descaso. Fomos empurrados, pisoteados, por essas pessoas que naturalmente frequentam outros eventos e festivais, e que por um erro de cálculo foram parar no Psicodália 2015.

Até as ninfas sentiram-se desconfortáveis ao encenar o seu número tão esperado por todos os psicodálicos, toda aquela pureza e ingenuidade ficaram congeladas pelas caras transfiguradas daqueles que não compreendem a arte dos psicodálicos, e viram com seus olhos cheios de maldades, malícia e desprezo que enche a cabeça destes seres alienados que caíram por acaso neste festival que este ano ficou com a cara desfigurada.

Nós somos psicodálicos, e para entrar nesta sintonia você tem que merecer estar neste evento que é tão puro e genuíno como as crianças que sempre correm por lá sem medo de sujar os pés.
Os olhares este ano estavam carregados de malícia e álcool, tropeçavam em nós e simplesmente ignoravam o fato, toda aquela gente maravilhosa e educada ficou encurralada pela caça predatória daquelas pessoas desavisadas que confundiram o Psicodália com a festa have na beira da praia.

Não sei quantas das seis mil pessoas que estavam lá sentiram esse desconforto tão inédito neste evento como as camisas de marca famosa. O Psicodália naturalmente não tem regras, nem preconceitos, mas levar nosso amor pras cavernas foi golpe baixo.

Todos percebemos que o Psicodália não reconheceu aqueles filhos intrometidos,o tempo se fechou e não mudou de cara, tentando convencê-los de que seu lugar não era no meio da lama predatória, mas sim em um belo resort em algum lugar bem distante das nossas barracas e nosso paraíso alternativo.

O que esperamos é que nos próximos anos estes filhos bastardos não voltem a corromper a nossa energia que desta vez ficou vibrando pelas entrelinhas. Quem estava lá sentiu, que nada foi tão doloroso quanto a falta de amor nos olhos e corações daquela desafortunada gente, a falta de educação que deixou emporcalhada toda a fazenda. Nem as placas que aconselhavam não deixar o lixo para trás comoveu aquela gente de coração feito de bala e pedra.

Sinceramente não espero aplausos, apenas, que os verdadeiros psicodálicos não desistam do nosso recanto oculto, e que persistam na vibração da nossa energia que sempre vibra tão alta neste encontro anual que nos faz flutuar nas bolhas se sabão das crianças. Imploro que essa gente escolha curtir seu buquê de doces em outros carnavais e deixem o nosso lamaçal com quem sabe lidar com Gaya.

De todo aquele lixo amontoado deixado para trás, o maior desrespeito desses dias foi o de vocês terem invadido e usurpado a nossa única alegria que era a pureza da nossa psicodálica sintonia.

Obs: nunca se viu tanta gente engomadinha, cheirosinha e mimadinha no psicovila. Nos poupem de suas viagens internacionais, nós aqui desta dimensão gostamos mesmo é de comparar nossas viagens astrais.

Beijos e levem suas opiniões malcriadas com vocês, chamar o show de um senhor Mutante, que fez história na música deste país maravilha de porcaria, é no mínimo ofender toda uma ideologia que vocês quase desconstruíram com  suas línguas ácidas.

Bailarinas não chorem se por acaso tropeçarem no passo,
pior são aqueles que desconhecendo o compasso cavam a queda de outros com seu desprezo.
Ninfas não desapareçam de nossas vidas,
nosso amor foi atropelado, mas ainda vive nas pétalas de sempre-vivas.
Palhaços não desistam de seus truques,
nós acreditamos na sua graça mesmo que o mundo todo o implique.
Maestros não interrompam a orquestra se por acaso não ouvirem os aplausos,
nem todos aqueles que o ouvem possuem ouvidos atrofiados.
Duendes que colorem e preenchem nossos espaços,
Não abandonem a carapuça se acaso forem tratados como malacos.
Sereias não interrompam o seu canto ao se banharem no lago,
nem todos entenderam de suas tranças e muito poucos acompanharão o seu chamado,
pois aqueles poucos que compreendem a sua essência trançarão mil rosas por um canto seu.


Sim isso é um manifesto contra todos aqueles que não compreendem, nem sentem o mundo e a natureza com o coração e acabaram destruindo a energia de toda uma reunião.

Até o grande bordão Wagnerrrr perdeu a graça quando pronunciado pelas bocas destes seres desfigurados.

De sua Juh...

Viajar com gatos...

Bom dia meus queridos leitores, venho hoje nesta quinta-feira maravilhosa relatar minha experiência com o meu gatinho Chicó, ele tem apenas cinco meses mas já é um Lord. É preciso dizer que Chicó não é um gato comum, ele é um ser muito evoluído e que contradiz muito do que se sabe sobre os gatos. Pois bem, minha primeira viagem com o Chicó foi uma experiência inusitada com uma contagem de quase oito horas de estrada rumo à casa dos meus pais.

Chicó não quis ficar na sua casinha de transporte adequada e dentro da lei, ele começou a fazer muito drama e não aguentou nem vinte minutos preso naquela gaiola, o que me fez abrir mão da lei e deixá-lo à vontade em meu colo durante toda a viagem. A bem da verdade é que ele não deu trabalho algum em todo o trajeto, ele só  miou no primeiro momento, depois ficou tranquilo e muito à vontade com toda aquela situação. Nós paramos duas vezes pra ele comer, beber água, fazer suas necessidades, e ele estava super tranquilo, não se assustou, nem tentou fugir, apenas estava curioso com as coisas ao seu redor, algo normal pra alguém que viaja pela primeira vez.
A dificuldade começou quando chegamos na casa da familiada para a festa de Natal, porque lá havia um zoológico inteiro de bichos pra lá e pra cá, e o Chicó como um típico gato da capital não convive com outros animais desde os seus três meses de idade, então ficou com medo e quis logicamente se esconder.
Nosso filhote ficou na casa da minha mãe, uma residência com três gatos, uma cachorrinha e um papagaio. Nos dois primeiros dias Chicó ficava todo eriçado com os seus priminhos, mas a partir do terceiro dia já estava pulando e aprontando com toda a bicharada e sentindo-se quase em casa. O único fator que fez ele odiar essa aventura, foi a minha ausência, já que eu permaneci na casa da minha irmã, o que fez ele pensar que nós o havíamos abandonado. Com esse pensamento ele tentou se aventurar por um dia inteiro fora de casa, e nos deixou com o coração na mão, mas.... Chicó é um gato danado, ele gosta de se aventurar, e neste dia e noite em que ele passou fora, estava na verdade desbravando o território e tentando conquistar seu pedaço de terra, já que acreditava ser seu novo lar.
No fim ele estava se aventurando com outro gato que mora no bueiro na frente da casa dos meus pais, ele fez amizade logo com esse gato de bueiro e sentiu-se muito bem aprendendo novas peripécias com este gatinho de rua.
Meu herói/marido encontrou ele depois de quase 24 horas da fuga/desbravamento do Chicó, o que me fez pemanecer esta noite na casa da minha mãe para que ele percebesse que nós não o estávamos deixando ali e que era apenas uma permanência temporária.
Resumindo, nós ficamos dez dias, e depois do terceiro dia e de sua fuga baladeira, ele ficou super tranquilo e dominando tudo ao seu redor, se adaptou aos outros animais, mas afastou o rei do pedaço e tomou lugar no centro da mesa, literalmente. Um dia chegamos e lá estava o Chicó deitado na mesa da cozinha, com seus súditos Rohni e Tristin deitados embaixo nas cadeiras um de cada lado como uma trindade de gatos, prontos para dominar o território.
Sim essa aventura durou pouco, mas a adaptação do Chicó foi ótima, é claro que ele não gostava muito de ter que dividir tudo com outros gatos, mas no fim das contas foi um grande aprendizado para um gato mimado que tem tudo e não precisa enfrentar fila pra hora do rango.

Na volta nosso filhote ficou enjoado e eu tive que deitá-lo de barriga pra cima e acariciar sua barriga durante todo o percurso. Ele não fez coco, nem xixi dentro do carro enquanto viajávamos, como eu disse ele é um Lord. Quando chegamos em casa ele ficou feliz da vida, e muito grato por não termos abandonado-o naquela casa cheia de outros gatos, afinal, como todo gato ele ama ser o único rei do pedaço. De toda essa aventura, a única coisa que ele realmente não gostou foi ter ficado sozinho numa nova casa, ele pensou mesmo que iríamos deixá-lo morando lá, e isso era visível em seu olhar blasé quando eu tentava acariciá-lo. Durante esse período de dez dias, todas as vezes que eu queria fazer carinho nele, tinha de me retirar para um lugar afastado, assim ele recebia com prazer os cafunés e voltava a se sentir amado, agora quando tinha outros animais por perto ele ignorava minha atenção e corria brincar com os outros gatos. Resumindo os gatos são nossos donos e são extremamente possessivos, se tentarmos dividi-los com outros seres eles irão se vingar e sentirão seu orgulho ferido, mas isso só no começo quando eles ainda sentem-se ameaçados pelos perigos que ainda não conhecem, e como ato de defesa ignoram todos à sua volta.

Essa foi a primeira vez que ele andou de carro, e também a primeira vez que conviveu com outros felinos, mas é preciso dizer que sobre tudo o que se diz de gatos, o Chicó supera as expectativas, a conexão que ele fez conosco é realmente grande e genuína, ele não é castrado e provavelmente nunca será, HOJE NÃO TEMO MAIS SUAS FUGAS, aprendi a respeitar sua natureza e amá-lo incondicionalmente. As pessoas não entendem nada de amar, elas aprisionam todos os que amam, seja em gaiolas, coleiras, quartos, casas, casamentos, enfim, se um dia nosso filhote desejar o mundo e sim ele já fugiu algumas vezes, nós entenderemos, os seres vivos são assim, eles querem desbravar o mundo, e se isso for a vontade de nosso Lord então que seja assim.







Viajar com Gatos parte II

Listo! Agora é preciso dizer que o Chicó já tem cinco meses e está muito mais consciente de sua existência e de suas relações com os humanos.
Neste feriado de carnaval nós três, Chicó, Arnoldo e eu fomos viajar pra Santa Catarina no festival mais amado do sul do mundo o Psicodália. 
Nós viajamos pela manhã então tivemos que lidar com o coco do Chicó dentro do carro já que viajamos no horário de suas necessidades básicas. Nada de grave ele fez seu cocozinho, mamãe limpou e ele ficou quietinho. Quando chegamos na Fazenda ele já começou a querer experimentar tudo ao seu redor, mesmo com um pouco de medo pelo número grande de pessoas, mas nada que o impedisse de espionar todos com muita curiosidade por baixo das coisas às quais ele se enfiava como nosso carro. Quando chegamos no festival todas as pessoas queriam acariciá-lo e me questionavam se ele não fugiria e blablablá... Eu simplesmente respondia que não sabia, pode ser que ele fugisse eu nunca tinha tentado isso e ninguém jamais tentou para nos contar, então aqui estou eu para mais uma vez experimentar algo inusitado e contra as indicações.

O festival é uma espécie de encontro anual de pessoas maravilhosas com muito amor no coração e muita paz, este ano foi um pouco diferente, fomos atingidos por uma frente fria de pessoas que nada tinham que ver com o festival, uma galera de cara congelada, com roupas da moda acreditando fazer parte do nosso festival, mentira. Eles congelaram nossos corações e destruíram nosso recanto espiritual com suas modernidades, paus de selfie, chapinha no cabelo, banho de vinte minutos, e um péssimo senso de grupo.
Situando vocês neste contexto, agora é possível imaginar onde fui meter o Chicó, no meio do mato com seis mil pessoas acampadas em barracas andando pra lá e pra cá, afundados na lama e com muita chuva pra desanimar o gato.

Pois bem, no primeiro dia ele ficou quietinho na barraca tentando entender o que eram aquelas sombras que passavam todo o tempo por nós e ainda tropeçava na barraca, no segundo dia queríamos passear com ele, mas não deu por causa da chuva incessante e sua avessidade à água. No terceiro dia Chicó já estava habituado ao som alto e ao grande número de sombras que passavam durante a noite e que cessavam durante o dia. Logo ele estabeleceu uma rotina, permanecia acordado durante toda a noite, e dormia durante todo o dia quando todos ficavam menos eufóricos e ele enfim podia descansar. Neste terceiro dia depois de jantar e tudo o mais, saímos da barraca nove horas da noite para os shows que se iniciariam, e como os outros dias deixamos ele dentro da barraca amarrado com um barbante trançado de uns cinco metros de comprimento, nossa barraca é grande e com varanda então ele podia se locomover fazer suas necessidades na grama e ainda brincar com os insetos. Porém, as sombras da noite ainda o confundiam, e neste exato terceiro dia Chicó decidiu que se esconderia embaixo de um carro que estava estacionado a uma barraca de distância de nós, e que lá ele sentiria-se muito bem obrigado.
Quando eu e meu marido chegamos naquela madrugada na barraca encontramos o barbante com a coleira azul de sininho na ponta, Chicó tinha fugido por baixo da barraca e ido debaixo do carro. Eu sabia disso porque ele já tinha ensaiado o passo naquela mesma tarde, fazendo com que eu pulasse a cerca que separava as barracas dos carros e o buscasse debaixo daquele mesmo carro. Então quando vimos que ele havia fugido, eu e meu marido tivemos reações adversas, ele disse: - Bem ele vai achar alguém que cuide bem dele já que a mãe dele não cuidou direito, ou talvez tenham pego ele pra fazer algo, e me fez um cafuné na da cabeça do tipo, eu bem que imaginei que isso aconteceria, afinal, ele é um gato. Eu pensei, - como alguém havia colocado a coleira encima da barraca, devem ter encontrado a coleira no chão e percebendo de onde o fio vinha depositaram sobre nossa casa móvel. Ok. Lembrando do episódio daquela tarde, eu conclui então que o Chicó havia fugido da coleira se escondido debaixo do carro e logo pela manhã voltaria pra barraca, caso ele não voltasse  na manhã seguinte eu iria até a rádio Kombi e faria anuncio do sumiço do Chicó. Sem nenhum peso ou preocupação  pensei no Chicó e disse: -Mamãe te ama confia em você e está te esperando aqui, você sabe onde estamos e fim. Dormi a noite toda, até o momento em que fui despertada pelas unhas do Chicó, que arranhavam a porta da barraca, então fui lá abri a porta e disse: - E aí a noite foi boa? Ele comeu, bebeu e foi dormir no meu travesseiro, cabeça com cabeça, bem abraçadinhos. E durante os dois dias que se seguiram ele dormiu brincou, fez suas necessidades na grama o que o deixou muito satisfeito, brincou com grilos, tentou explorar o mato, mas a grama molhada e a garoa não o deixavam à vontade com a situação. No fim Chicó ficou tranquilo, eu fiquei tranquila, e na hora de desarmar a barraca ele achou a maior festa e ficou pulando encima das coisas, pegando fogo e se divertindo à beça. 
Resumo da aventura, Chicó foi o primeiro gato da história desde que eu saiba a frequentar festivais como o Psicodália, ficar tranquilo, feliz e sair pra dar um rolê e voltar na manhã seguinte sete horas da manhã, como o filho pródigo que sempre a casa retorna. Nosso gato não fica nervoso, não rasga a barraca e não faz cara feia em situações que para outros gatos seria extremamente estressante. 
Conselho, se você não tem uma conexão de confiança e amor espiritual com seu gato não o leve para lugar algum, castre-o, aprisione-o, e transforme-o em uma bola gorda de pelos, porque viver com um gato não castrado e ainda levá-lo com você para todos os cantos, vai deixar seu gato sujeito a experimentar sentimentos novos, experiências que podem assustá-lo ou não, ele vai tirar seu sono, arranhar os bancos do seu carro e ainda morder seus pés enquanto você tenta dormir depois de um dia de muitos shows, pés cansados, e você ao contrário de todos não irá descansar como deveria porque tem que brincar com o gatinho.
Enfim eu amo o Chicó, e o levarei para todos os próximos acampamentos, talvez um dia ele não volte eu não sei, talvez ele seja raptado, atropelado, fuja com uma gata, eu não sei das várias coisas que podem acontecer com nosso filhote, mas eu sei que eles não são indefesos, eles são seres espiritualizados e conscientes, e estão à mercê de todos os perigos do mundo assim como nós.

Mas é preciso dizer mais uma vez, a conexão que eu criei com o Chicó é algo que supera as expectativas de todos que conhecem nós dois, portanto se você não for capaz de viver eternamente sem saber quando e como seu gato voltará, não faça nada do que eu fiz nos relatos acima.