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20 de outubro de 2012
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Em minhas mãos só
vejo espadas.
Estou vivendo em um mundo paralelo.
Em um universo fantástico em que me jogaram
Quando descobriram que eu era a própria Alice,
A única Alice de todos os contos de todas as realidades.
Me chamaram Alice e eu vi no reflexo no espelho
Um novo paraíso. Um lugar todo meu, com meus sonhos
Meus desejos e personagens favoritos.
E desde que saí deste universo paralelo,
Sinto que todos os olhos do mundo me vigiam,
E sinto mais, sinto que cada um desses olhares é você,
São os seus olhos que vigiam minhas caminhadas,
A forma como eu mexo no cabelo, passo o batom nos lábios.
Sinto que toda vez que me viro você está lá,
Me observando através de suas lentes armadas,
E quando volto pro meu mundo paralelo não sinto nada.
Vivo.
No meu paraíso tudo é tão intenso que os sentidos
Se perdem, e meu único esforço é não ficar sã.
Me permito viver nesse mundo, me permito criar.
Me permito cortar cabeças com minhas espadas na mão,
Porque tudo o que tenho são espadas desajeitadas.
Que escolhem com minuciosidade qual será o mártir da vez.
Mas eu que carregava comigo sempre corações, eu que trocava
Barras de ouro, por corações. Agora só vejo espadas desembainhadas.
Não gosto de espadas, gosto do vento leve sussurrando ao meu
ouvido,
Do gélido ar queimando meu rosto pálido.
Me livro dessas espadas e encontro flores,
As mesmas que me encantaram outrora,
As mesmas que me fizeram desejar ser a musa,
Ser a Alice que inspira o poeta amargurado,
Aquele poeta que já não encontra vida em nada
Só em meus olhos imaculados.
Ser a musa de um único poeta é melhor que ser o próprio
poeta.
sentir seus versos pulsando em meu coração
É a recompensa que me faz persistir nessa vida.
Sentir o seu coração pulsando em minhas mãos esguias,
Isso meu caro poeta era tudo o que eu precisava por estes
dias.
De sua Juh...
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