quarta-feira, 29 de março de 2017

Um poema para você que me lê e tem os olhos fundos de versos ocultos no coração e na palma da mão.


Estou com saudade de seus versos, amigo perverso.
Não leio seus livros com medo de não me encontrar ali.
Tudo o que você escreveu antes e depois de mim foram feitos para mim.
Eu sei, nem você sabe.
Mas todos os verdes olhos que você versou
foram os meus borrando a sua paisagem.
Não há dia que passe e eu não sonhe escondido.
Com o amor que não dei, e hoje, come minha carne.
A cada aborrecimento cotidiano, você cresce no meu imaginário.
A cada amor que morre, você renasce como meu destinatário.

Acredito que toda a minha vida se resolveria em você.
Mas seus olhos vitrificados miram longe...
Um longe que não me vê.
E a cada volta que Gaya da ao redor do sol, você reaparece maior.
Quanto mais longe você fica, mais meu amor se multiplica.
Mesmo que eu implorasse para o mundo acabar novamente em 40 dias.
Você se negaria, e minhas páginas queimariam mais rapidamente,
E minhas cartas se amontoariam na sua porta.
E quatro estações seriam poucas para varrer a minha sorte,
Enquanto nossos filhos crescem e continuam a nossa trajetória.
Nossos caminhos foram selados com cera de abelha,
Nada no mundo me surpreende mais do que seu nome na minha cabeceira.

Eu te espero cariño,
com a mesma paciência que me fez perversa, quando você cruzou o meu destino.
Enquanto houver versos em minhas veias, 
você será meu porto furtivo.

de sua Juh...

Trilha sonora. Volta Ana Cañas

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