terça-feira, 30 de janeiro de 2018

A era da luz.


29 de janeiro de 2018.

Não há passado,
há uma história constante
e tudo vive em mim.
Nada fica para traz,
tudo vem comigo
na experiência e na memória que é eterna e essencial.

Hoje despi-me de mim mesma,
e olhei aqueles álbuns antigos
com a curiosidade de outrem,
e descobri um ser celestial.
Como não invejar aquela menina
Toda a felicidade de uma vida mora ali.
Aqueles olhos não conhecem lágrimas
Aquela boca nunca despejou palavras odiosas.
Notadamente sua vida é grandiosa.

Quem merece tanto amor?
Quem é que pode ser tão feliz aqui?
Ela não parecia desta pátria,
Suas cores áuricas não são daqui.

Aquela jovem sorridente
com a língua de fora,
com a vida que um dia eu almejei pra mim.
Quem é essa jovem tão intocável,
completamente alheia a tudo o que é vil?
Ela, personagem de minhas histórias,
tão sábia de suas escolhas,
tão teimosa em seu caminho,
quem a concebeu assim?

Se me recordo bem,
essa jovem destemida
com ar de menina de fora
que esbanja estranheza e amor,
é essa velha que hoje vos fala.
Uma senhora completamente perdida
entre suas idas e suas vindas
esquecida de suas amigas
e repelida de qualquer honor.

Essa menina mora em minha casa,
me visita quando a força me falta
e me pede calma em dias de estopim.

Ela não entende que aqui dentro há uma falha,
um desastre geológico que a esta altura irrompeu em mim.

Seus olhos me espiam e sua voz me acalma,
Mas basta para que ela se vá
pra que eu me perca completamente e
volte a sentir o mesmo aperto chakra
Onde antigamente repousavam os querubins.


Não importa se ela vai e volta,
Eu fui ela um dia
e me orgulho de sua história.
Uma moça tão digna e de preceitos,
não pode terminar sem um final feliz.

Eu te disse que essa trajetória
não te traria glórias,
e que um belo dia
tudo estaria por vir.

A cada sete anos, giram a roda samsãra
E arrancam as máscaras que você
Não mais usará, quando enfim se despir.


Não me decepcione menina,
o mundo te aguarda
e enquanto você se prepara
eu cuido da tua casa
até que você saia novamente do livro
e mostre ao mundo o sorriso que ele merece saber.

Fecho o álbum de fotos,
com a sensação de um passado remoto
Que me sacode qual terremoto
E faz meu presente se ressentir.
O intelecto amadurece,
o espírito rejuvenesce.
Não fosse a vida assim,
Não saberia eu amar o fim.




Juliana S. Müller. 

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Ato 5 da profecia. O fim do ciclo.

29. 01.2018

Eu já li tudo o que eu poderia ler sobre o fim do ciclo.
Todas as possibilidades de como essa transição aconteceria, e já vi diante dos meus olhos o céu despejar todo o tipo de desgraças.
Hoje após viver a morte com a queda de um meteoro, encerrei meu ciclo apocalíptico.
Eu sei, ele virá tão certo quanto o respirar, porém eu, não mais desperdiçarei energia , nem lutarei contra a realidade dos dias cotidianos. Voltarei novamente meus olhos para o que faz meu coração vibrar, para a literatura da minha vida. Para as leituras que me transportam para meu verdadeiro eu.
Se me dissessem que nunca em outra vida eu li poesias, nunca fui cantora de incríveis melodias, eu negaria. Não acreditaria porque sinto em cada célula de meu ser essa eterna sinfonia de letras e ritmos que me tocam todos os dias.
O dia que o fim vier eu estarei pronta, com os olhos postos no mais belo livro de versos.
Espero ser a centelha de amor do meu próprio ser.
Amém.

Juliana s. Müller.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Ato 4 da profecia. olhares permissivos.


25 de janeiro de 2018

Todos os massacres estão sendo ignorados.
Ninguém para os senhores da guerra.
Todos têm olhares desatentos, 
Todos os umbigos centralizados.
Nunca o ego foi tão globalizado.
Ninguém mais pede pela paz mundial,
Todos compactuam com o CAOS.

Todos os conflitos já foram instaurados e inflamados,
Uns fanáticos, 
outros mercenários.
Nem mesmo os argumentos foram validados.

A guerra se faz com armas,
mentes vazias,
e capachos.

Em verdade vos digo,
Não vejo nenhum de nós impedindo o fim,
Estamos todos alimentando este triste cenário.

Nós ainda não enxergamos o astral e
ainda vemos nos objetos o status.

Não vejo sinal de luz,
só vejo sinal de fogo.

Meus olhos não criaram essa ilusão,
Eu vi o sinal nos desencarnes desenfreados.

Todos os dias um tremor de terra,
todos os dias um vulcão em colapso.
Todos os dias um novo conflito instaurado.

Desta vez ninguém ousa nomear o mau instalado.
Informantes desviam do óbvio,
leitores não conectam os pontos.
O intelecto foi comercializado pelo telefone móvel.
As discussões giram em torno de quinquilharias sem propósito.

Nas bocas, músicas vexatórias ressoam em coro.
Nos olhos, o reflexo dos corpos pré-fabricados.
Nos pés, o chão estéril, um solo seco e envenenado.

E vocês não perdem tempo com o mundo,
No entanto não há mesmo tempo.

Suas cegueiras os fecharam em um baú de aço.
E o relógio marca um minuto para o nosso fracasso.
Quando as doze badaladas do relógio ressoarem,
Todos viraremos destroços.
E a história será contada lá do alto.
Enquanto todos encontram uma maneira de não serem exilados.

Em verdade vos digo,
Enquanto voltamos nossos olhos para vislumbrar o por do sol,
no outro lado  do horizonte há um corpo despedaçado.


Em verdade vos digo,
Quando nos virarmos com horror para olhar a grande guerra,
nossos pés já serão capazes de sentir o tremor de Terra.
E então finalmente, só sobrarão as pedras.


Juliana S. Müller

sábado, 13 de janeiro de 2018

ATO 3 da profecia. O homem primitivo continua no poder.



Nada muda no mundo,
quando nada mudou em nós.

Eu refleti os reflexos que há em vocês,
e vi só o conflito crescendo.

Em seus olhos há medo,
Em seus corações desejos.
Em suas mentes conceitos velhos e robóticos.
Vocês não pensam,
Vocês realmente não sentem.
Vocês nem mais vislumbram a realidade.
Vocês estão muito longe de encontrar as suas verdades.

Eu vi tudo isso apenas olhando para vocês.
Eu vi o fim de uma era, apenas observando seus passos.
Não eram passos.
Eram corridas do ego.

E nada do que dizíamos esclareciam as suas ideias.
Vocês afundaram demais a cabeça na areia.
Desligaram-se da nossa tomada.
E durante milênios os avatares falaram, criaram,
e vocês ainda não encontraram o que há dentro de vós.

O conflito não pode mais ser tolerado.
Seus espíritos já estão velhos e gastos.
Não servem mais para explicar seus atos falhos.
Eu amo todos vocês.
Amo a forma como são capazes de construir o mundo.
Amo os perfumes que criaram,
os incensos que acendem ao meditar.
As cores de seus tecidos.
As músicas e toda a arte que são capazes de criar.
Mas vocês são livres.
E quando pegam no tacape tornam-se ogros.
O mundo não suporta mais esse instinto áspero .

Vocês serão libertados deste fardo,
mas não esqueçam que a vida continua deste outro lado.

A salvação só existe na tradução dos seus medos mitificados.
Não há ninguém capaz de te salvar do seu estado devastado.
Só os seus esforços serão considerados.
Não terceirize sua própria história.
Tem um homem anotando o caminho de cada divina alma.

O mar resgatará muitos de vocês agora,
enquanto a terra engolirá a outra parte que não gosta de água.

Não prometam e nem peçam nada para seu próximo ano de vida.
Comece agora a meditar e a pesar o que você fez desta sua jornada
e me conte como você fará para livrar sua alma,
se ainda nem conhece as leis que te guiam?


Juliana S. Müller.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Ato 2.

Acompanho seus passos como uma viciada acompanha sua droga.
Todas as notícias são a seu respeito.
Tudo neste mundo nos leva a esse encontro fatídico.
A espera solitária pelo fim dos dias é uma provação.
Vejo o seu rosto em todas as catástrofes diárias.
Só há desastres, nada de calma.

Eu vasculho pela internet tudo que me desminta você.
Mas não há um único livro profético que te altere.
Você é a única escolha desta geração.
Corremos nesta guerra-fria, com todas as armas nas mãos.

Eu não participo deste fim.
Minha ação será no início do ciclo.
Enquanto isso dobro os joelhos e clamo ao homem.
Mas o homem dorme o sono profundo.
Só vejo sua face em meus sonhos.
E a cada vez você se mostra diferente.
Me confunde, mas jamais  se desmente.
Mas agora você não me assusta mais.
Não importa a violência com que apareça.
Já é conhecida a tua obra.
Já é conhecido o nosso fim.

O calendário será queimado em breve.
E as horas não serão mais sentidas.
Quando o teu hálito quente abraçar nossas almas.
Todos os rostos se voltarão para o chão.
Mas eu te olharei nos olhos,
eu que contigo me familiarizei.
Não questionarei a tua ira.
Apenas irei meditar em face das estrelas.
nada sobrará nesta Terra que seja capaz de nos abrandar.
Mas eu prometo a você, que não irei desatinar.
Seguirei com o planejado,
e enquanto você estiver sacudindo os trópicos
eu já não estarei mais lá para te interrogar.

Lamentarei por nossas terras,
lamentarei por nossos amigos.
Mas bem sei que haverá pouco para lamentar.
Além do mais, há refúgio bastante nos teus céus.

Mas eu,
esperarei que tua tpm passe bem longe do teu mar.
Sei que na minha toca de índio você não irá me encontrar.

Dormirei sob o teu céu tenso.
e me acalentarei na fogueira dos auto-escolhidos.
Não disse que não tremerei com teu humor destruidor,
apenas não cairei sob teu mar,
nem afogarei nas tuas lágrimas.
Não tropeçarei nas fendas de teus tremores,
nem serei engolida por tuas terras.

Você me sacudirá de cima a baixo,
mas lá no centro, sei que terei lar.


Juliana S. Müller

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Ato 1 da profecia.

05 DE JANEIRO DE 2018. sexta-feira

Não tenho mais ruminações.

apenas espero.
imagino.
baseada nas profecias antigas aguardo.
Sei qual estrada me levará à Terra prometida.
Muitos dedos me apontaram a direção do alto paraíso,
e mesmo que teus pés empaquem aqui, eu viajarei para lá.
já descobri nosso futuro nas linhas dos homens desencarnados.
Muitos me contam sobre nosso futuro escasso.
Eu não duvido. 
Decido não encontrar trabalho.
sou livre.
Ser livre é que é ter trabalho.
Quando tua mente se abrir como castanha. 
Verás que das loucuras que te conto.
Não há uma que não deva ser encarada com urgência de Estado.
Não entendo.
Por que de tantas cabeças pensantes,
a minha é que tem que conhecer o destino tão claro?
Se todos esses meus amigos raros,
imersos em suas ilhas paradisíacas se afogam no raso,
e eu conhecedora de seus destinos me calo. não falo.
Quem sou eu? 
Eu sou alguém?
Ninguém me proíbe, 
apenas minha lucidez social me impede.
Se eu falasse eloquentemente sobre nosso fim,
todos ririam, chorariam, teriam pena de mim.
Mas ninguém me seguiria para o centro do país.
Seria eu e nosso filho, 
dois corpos fugindo para o prelúdio da transição.
Quando o relógio marcar 142018. 
já não estaremos mais aqui.
Observaremos através do espelho d'água,
toda a massa da terra ruir.
Só restarão as montanhas que aguardam nossos pés
só estas permanecerão intactas, para que possamos subir.
Enquanto avistamos ao longe as águas fluírem até aqui.

Juliana S. Müller