Terças serão a marca de que eu tanto preciso para não me iludir, para saber exatamente o mundo em que eu estou, para não me comprometer com o que é inútil, para deixar o que não é e nunca será.
Tenho 28 anos e muitos desgosto, mas eu já abracei a consciência, eu já flertei com a luz, e essa sensação não será arrancada facilmente, antes disso acontecer, eu arranco de mim o que tenta me definir.
30/04/2019
Eu queria que vocês vissem os raios que saem de mim quando eu sorrio
Mas os dias são feitos de aço e estilhaço.
E tudo o que saem de mim são brados, nem luzes nem abraços.
Minha voz estridente foge entre meus dentes
e atinge a primeira face que não consegue escapar.
Eu só queria estar no topo de mim mesma agora,
Olhando para baixo de meus ombros e enxergando a mim
e aos meus esforços ridículos para me manter sã
Enquanto milhares de almas desequilibram ao meu redor.
Mas em vez de bradar, desta vez, vou sorrir.
Vou sair levitando pela janela,
Vou esquecer que sou humana
que tenho limite nas paredes,
que tenho horas para chegar e partir.
Que tenho que me alimentar,
Hora para deitar, para dormir.
Vou esquecer que sou responsável
Vou surtar,
vou jogar os dados no ralo,
Vou me despedir deste ser,
Enquanto estou nestas situações,
o mundo não implora pela minha volta
Ninguém percebe a nossa ausência
só mesmo nós conseguimos sentir quando a nossa áurea está imunda
Suja e gasta pelo lixo do mundo que vocês são.
Eu vou orar aos deuses
eu vou orar para que todos me perdoem
Porque a hora que eu for,
não deixarei nem bilhetes
nem desaforos.
Carregarei tudo comigo,
Meus livros e meu amor.
E as dores de garganta causadas pelo esforço repetido
eu deixarei contigo.
A trilha sonora da minha liberdade é cantada por um desconhecido
na porta de um mercado em quem ninguém nota,
em quem ninguém se importa,
apenas o meu desespero atento,
apenas o meu repetido lamento.
Eu tenho um coração...
Eu ainda tenho unhas dentes e
não deixarei arrancarem a minha pele,
não.
Juliana Silva Müller.
Tenho 28 anos e muitos desgosto, mas eu já abracei a consciência, eu já flertei com a luz, e essa sensação não será arrancada facilmente, antes disso acontecer, eu arranco de mim o que tenta me definir.
30/04/2019
Eu queria que vocês vissem os raios que saem de mim quando eu sorrio
Mas os dias são feitos de aço e estilhaço.
E tudo o que saem de mim são brados, nem luzes nem abraços.
Minha voz estridente foge entre meus dentes
e atinge a primeira face que não consegue escapar.
Eu só queria estar no topo de mim mesma agora,
Olhando para baixo de meus ombros e enxergando a mim
e aos meus esforços ridículos para me manter sã
Enquanto milhares de almas desequilibram ao meu redor.
Mas em vez de bradar, desta vez, vou sorrir.
Vou sair levitando pela janela,
Vou esquecer que sou humana
que tenho limite nas paredes,
que tenho horas para chegar e partir.
Que tenho que me alimentar,
Hora para deitar, para dormir.
Vou esquecer que sou responsável
Vou surtar,
vou jogar os dados no ralo,
Vou me despedir deste ser,
Enquanto estou nestas situações,
o mundo não implora pela minha volta
Ninguém percebe a nossa ausência
só mesmo nós conseguimos sentir quando a nossa áurea está imunda
Suja e gasta pelo lixo do mundo que vocês são.
Eu vou orar aos deuses
eu vou orar para que todos me perdoem
Porque a hora que eu for,
não deixarei nem bilhetes
nem desaforos.
Carregarei tudo comigo,
Meus livros e meu amor.
E as dores de garganta causadas pelo esforço repetido
eu deixarei contigo.
A trilha sonora da minha liberdade é cantada por um desconhecido
na porta de um mercado em quem ninguém nota,
em quem ninguém se importa,
apenas o meu desespero atento,
apenas o meu repetido lamento.
Eu tenho um coração...
Eu ainda tenho unhas dentes e
não deixarei arrancarem a minha pele,
não.
Juliana Silva Müller.