sábado, 25 de maio de 2019

Bonjour lecteurs e amis. 
Um poema de amor
pra vocês
de mim,
de alguém que há em mim.



O amor está em você.

Pra quem eu escrevo esses versos?
Eu sinto que todas as vezes que
procuro rostos para cobrirem esse amor
para destinar esses versos
essa energia que teima em sair
é apenas um drama,
uma encenação
uma desculpa
para vê-lo sair.
O amor.
A energia.

Mas aqui dentro,
eu sei.
Que esse amor não é pra nenhum destes rostos,
Esse amor é meu é a mim direcionado.
Sou eu.
sempre fui eu a detentora deste amor.
é pra mim que escrevo esses versos
Sou a remetente e destinatária.
Mas na falta de reconhecer minha verdadeira imagem,
distribuo esse amor por todas as partes.
e lá no fundo encoberto do meu ser
eu já sei
sou eu a única face deste universo 
Que camuflado me faz varrer a face da terra
em busca destes olhos que só existem 
dentro de mim.
Em um buraco que todos os dias eu escavo
sem saber o dia em que 
nos encontraremos
e finalmente
existiremos
em um único 
ser.

Juliana S. Müller.


quinta-feira, 23 de maio de 2019

Um poema devocional.

Bonsoir mes amis, um poema de amor, de delírio, de louvor, de confissões, de gratidão, de pura devoção.


A arte é meu templo
é pra quem me ajoelho todas as noites,
agradeço.
Pra quem eu corro quando estou doente
enlouqueço.
Em um transe que me possui
me faz plural,
me destitui do ego
a ela me entrego.
Confesso,
Amor.

A arte é minha casa
minha manta
minha forma de estar
de amar ao mundo
suas dores
suas demências
suas cores
suas flores.

Sou toda sua
me derreto
me refaço
me esqueço
me atordoo
me redimo
transgrido
me agrido
me amo
santifico
purifico.

Pela arte,
na arte
com a arte
em arte
me vejo
te vejo
em meu seio
em um beijo
um desejo
um pedido

aceito.

Juliana S. Müller

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Bonjour mes amis, o poema de hoje é um retrato da felicidade pacífica das manhãs outonais, da companhia terrena mais agradável, mais condescendente.
Não sei como é sentir-se mãe, ainda me sinto tão amiga, pequenina, cúmplice deste serzinho de luz, desta sabedoria enigmática, sistemática, e tranquila.





você é puro interesse,
nas coisas do mundo
e nos signos que te parecem tesouros preciosos
Enigmas que as tuas chaves querem abrir.

Mas em nossa tranquilidade felina
criamos o hábito de fazer nada até o sol chegar ao topo do céu.
Enquanto não sentimos nossas bochechas queimarem,
não nos movimentamos demasiado.

Cultivamos horas após o despertar rolando na cama
olhando um para o outro
enquanto você treina suas novas palavras, sons, gestos
que o mundo ainda não está preparado pra entender.

Esses momentos de ócio tão meus,
tão epidêmicos,
casaram com o seu ritmo matinal.

E hoje esse silêncio, não mais intriga,
Ele acaricia nossas manhãs,
acalma as nossas mentes,
Enquanto vejo espaçadamente as suas sementes germinando.
Fazendo ninho qual pomba entre as salsinhas em nossa horta improvisada.

O seu olhar curioso,
seus dedos ágeis
que cortam o ar com gestos pequenos
Seu corpo pequeno deitado no gelo do chão
procurando as formas esféricas que rolam enigmaticamente,
entrando em todos os buracos da mente
e fazendo-me levantar a cada instante para procurá-las para você,
já que são pequenos bracinhos não logram alcançar o fundo dos escuros
de cada móvel da sala, quarto, cozinha...

Esse dourado que tua pele emana
sai de algo mais profundo do que a tua epiderme possa transparecer.
Evapora da tua áurea alienígena
de outros mundos,
de outras hordas antigas.
De dentro do meu ser.
Das estrelas distantes da galáxia,
de formas estranhas e tão reais quanto o verde dos teus olhos brilhantes.

Nesses dias,
eu não quero mais do que existir.
Não quero mais do que teu sorriso
do que teu silêncio
do que teus pequenos movimentos,
Eu só quero te ter por aqui,
tranquilo e sereno
com agudinhos extremos
e esses dentes que escancaram o sorriso
que nenhuma boca será capaz de plagiar.

Juliana S. M


segunda-feira, 6 de maio de 2019

Les nuits dans votre coeur

Bonjour mes amis e lecteurs, un poéme de moi avec vous.



De dois pares de olhos vultuosos.
Encontrei a certeza dos teus negros e profundos abismos,
E eles penetraram nos meus.
Enquanto seu abraço fugia
Suas pupilas me consumiam.

A doce espera do encontro,
O coração que não mais acelera,
A tranquilidade do existir na consciência.

Tudo o que fora dos teus muros é comum,
dentro das tuas muralhas é libertário, consumível
O etéreo nos protege, a matéria nos perverte
e nós permitimos todos os abraços nocivos.

Ah, quantos véus terão que cair até nossos corpos se unirem
Até nossa carne queimar na fornalha do nosso desejo.

Esse som que emana dos nossos pensamentos
vibra e atinge todos os meus nervos.

Ah a paixão, essa artimanha da natureza
que me aprisiona em grandes teias
que se fazem cama só pra me ver deleitar.

E eu caio, deito, estremeço
Não recuso esses aconchegos
Sou touro e peso em teus pelos.
Afaimado de teus gracejos.

Eu viro, rimo, ridicularizo esse versos
só pra ver o gozo de teus olhos pousando aqui.

Tua malícia é divina.
Nossa poesia alienígena.

Nossos votos não secretam,
Nossos verbos indiscretos.

A sinceridade com que guia meus lábios,
Será tema do próximo carnaval
porque nós dois juntos Baby,
somos um intenso vendaval.


Juliana S. Müller.

quinta-feira, 2 de maio de 2019

NamastÊ


BONJOUR.

Na ausência da luz diurna, tentava me iluminar.
Em completo silêncio despi-me de sendas, apenas fui para onde minha mente caminhava. E quando não mais conseguia flutuar nos pensamentos
Voltei meus olhos para minha própria imagem refletida no espelho. Numa tentativa de concentrar o pensamento, olhei fixamente para o meio da minha testa, e de forma que eu jamais pude imaginar, minha imagem no espelho foi desaparecendo. Quanto mais eu focava no ponto em minha testa, mais a minha imagem sumia, chegando a desaparecer por completo.Me assustei no começo, mas depois de repetidas vezes, assumi o desaparecimento de mim mesma, e sem perceber na mensagem que me chegava, e que não era vazia. Quanto mais eu olhava para dentro de mim,mais a pessoa que eu sou desaparecia. Quanto mais a minha imagem interna se aclarava, mais a minha imagem exterior se apagava. Experimentar essa visão,foi um tapa no meu ego. Foi uma resposta muito clara,  para minhas perguntas convulsas. 
Eu estou pronta para desaparecer em mim mesma. 
Para esquecer a imagem que hoje reflete em meu espelho.
Para assumir as faces que eu fui. 
Para assumir a verdade que hoje eu sou.
Eu sou o amor, da cabeça aos pés.

namastê.




Eu estou pronta.

Juliana S. Müller.