Depois de tanto tempo sem postar nada, acabei ficando com uma extrema saudade de vocês lendo poesia, e é engraçado quando falo vocês, porque alguns nomes eu até sei identificar, mas não poderia jamais saber de quem são os olhos por trás de cada tela de computador. Isso é tão mágico escrever pra quem quiser ler, sem pretensões de ser o próximo privilegiado, o próximo mais bem cotado, apenas escrever, sem medo dos olhos que irão ler, sem medo de ser julgado, apontado e comentado pelas boas e más línguas, pelos leigos e pelos estudiosos.
Viver e viver, é tudo tão redundante nessa vida, mas tão perfeitamente circular.
Esse poema é fresquinho, feito no calor da hora.
Bisous e aproveitem.
Terça-feira dia 30 de abril de 2013
Prazeres que tenho, os únicos são de graça.
Desabotoar o sutiã depois de um dia de sol.
Descansar o corpo de leve quando estou cansada.
Faltar em compromissos importantes apenas para dormir.
Tirar a calça jeans apertada e sentir os joelhos livres.
Descobrir um cantor que não ouvia, e ouvi-lo até enjoar.
Sentir o cheiro limpo das roupas quando retiradas do varal.
Receber um abraço apertado de quem não esperaria.
Ouvir o mar depois de tanto tempo sem contemplá-lo.
Presenciar uma cena de gentileza numa manhã despretensiosa.
Fazer aniversário, e ser lembrada durante todo um dia.
Descobrir um tempero novo e usá-lo até esgotar o paladar.
Sentir o cheiro de alguém tão querido e agora distante.
Receber um presente em um dia inesperado.
Sentir o vento da primavera abraçando minhas pernas.
Ajudar alguém que não conta com minha ajuda.
Sentir-me mais humana através de alguma música.
Sentir-me triste quando estou cansada demais pra ser feliz.
Esgotar todos os sentidos, até voltar a um estado anterior
De neutralidade como se nunca tivesse ouvido, comido,
sentido e amado.
Marcando assim cada fase da vida com um cheiro, um gosto e
uma canção.
Tentando não esquecer o que é sempre tão igual na recordação.
De sua Juh...